A Artrite reumatóide (AR) assim como outras doenças de terminologia “ite“ (gastrite, amigdalite, por exemplo) é de causa inflamatória, que acomete duas vezes mais nas mulheres do que nos homens e em geral a incidência aumenta com a idade. Na maioria dos casos agride pequenas e grandes articulações (cotovelo, joelho, punho, etc.).
Pacientes com AR apresentam uma redução na expectativa de vida, decorrente ao risco aumentado para doenças cardiovasculares. A freqüência de um infarto, por exemplo, é aumentado em até quatro vezes. Comumente pacientes com AR apresentarem baixos níveis de HDL (“colesterol bom”) e síndrome metabólica (caracterizada pela obesidade, alteração nos níveis de colesterol, triglicérides, glicemia e hipertensão).
A causa da AR ainda não é completamente esclarecida, no entanto, sabe-se que há envolvimento de fatores ambientais e genéticos, sendo possível compreender que a sua fisiopatogenia que envolve as citocinas inflamatórias IL-1, TNFalfa e proteína C-reativa (relacionado principalmente a perda da densidade mineral óssea). E neste sentindo alguns novos medicamentos vem sendo estudados.
O diagnóstico é feito a partir de uma série de sintomas, exames laboratoriais e radiografia. No entanto, a maioria dos tratamentos tradicionais (medicamentoso e fisioterapia) estão mais limitados ao controle da lesão, de sua evolução e da dor. O tratamento ou “cura” em si é raramente alcançado. Infelizmente pouco se fala ou se tem o conhecimento do importante papel que a nutrição tem em uma doença inflamatória, visto que a inflamação não é restrita a articulação, e sim de forma sistêmica (com aumento expressivo de CD35 nos monócitos).
O nosso corpo está exposto aos alimentos diariamente e por uma hipersensibilidade a eles (e outros fatores), muitas macromoléculas dos alimentos podem atravessar o epitélio gastrointestinal (através da permeabilidade intestinal) e ter acesso a circulação, desencadeando processos inflamatórios.
Provavelmente pessoas mais susceptíveis a respostas inflamatórias ou com aumento da permeabilidade intestinal sofrem mais as conseqüências fisiológicas da AR. Neste ponto, a deficiência de vitaminas e minerais pode ser um agravo à resposta imunológica. Visto que o estilo de vida e alimentar inadequado é vivenciado pela maioria das pessoas: estresse, alimentação rica em gordura, açúcar, leite, glúten, conservantes, corantes, fungos (não comestíveis), além de má mastigação, alto consumo de líquido durante as refeições, entre muitos outros fatores que colaboram para uma permeabilidade e disbiose intestinal (desequilíbrio na flora intestinal com aumento de bactérias patogênicas).
Desde 1981 já eram relatadas associações de alimentos, alergias com a artrite. Dentre os relatos científicos, alguns alimentos são como agravantes da artrite reumatóide, como a proteína do leite, milho e o trigo.
O que pode e deve ser feito na nutrição:
- Retirada ou controle de freqüência dos alimentos com potencial inflamatório e alergênico.
- Inclusão de alimentos anti-inflamatórios, como por exemplo ômega-3.
- Medidas para controle da permeabilidade intestinal.
- Melhora da digestão de macromoléculas (como as proteínas) que tem um potencial muito alergênico.
- Inclusão de probióticos para equilíbrio da flora intestinal, estimulando a melhora do sistema imunológico, melhorar a absorção e o aproveitamento dos nutrientes, produção endógena de vitaminas entre outros benefícios.
- Fornecer antioxidantes, fitoquímicos e adequamento dos nutrientes envolvidos neste processo, como a vitamina C, que reduz os níveis de histamina, melhorando o processo inflamatório; ácido pantotênico, zinco, manganês e ferro comumente em deficiência entre os reumáticos.
Além de outras condutas nutricionais.
Portanto, procure um profissional capacitado.
Fonte: A Nutricionista
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