Nutrição é um processo biológico em que o homem, utilizando-se de alimentos, assimila nutrientes para a realização de suas funções vitais.
Quando ele não sabe bem como fazer isso, é ao nutricionisca que ele recorre.
É importante salientar que o Blog visa como caráter informativo e que para um tratamento adequado, é preciso consultar um nutricionista para um tratamento personalizado.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Afinal, adoçantes fazem ou não mal à saúde?

A nutricionista Sabrina Feitosa preparou um guia completo sobre o assunto. Confira!


Os adoçantes são basicamente direcionados às pessoas que apresentam algum distúrbio no metabolismo de açúcares (diabéticos e pré-diabéticos), porém, nos últimos anos, os consumidores que estão à procura de alimentos com baixo teor calórico também fazem uso. É nesse sentido que vem se tornando comum a ingestão de alimentos diet e light, pela busca de menos calorias e também pelos ‘mais saudáveis’, em função da adição reduzida (ou zero) de açúcar. 

"Os adoçantes são basicamente direcionados às pessoas que apresentam algum distúrbio no metabolismo de açúcares (diabéticos e pré-diabéticos), porém, nos últimos anos, os consumidores que estão à procura de alimentos com baixo teor calórico também fazem uso".

Esses produtos já estão presentes em mais de 35% dos lares brasileiros, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (Abiad). Entretanto, esse consumo de adoçantes é, de fato, uma alternativa saudável? Ou traz malefícios à saúde humana?
Em média, cinco gotas de adoçante equivalem a uma colher de chá de açúcar e um sache, a duas colheres de chá: 1 colher de chá de açúcar possui cerca de 8g, o que corresponde a 32Kcal. E o que isso vai impactar, realmente, em seu dia para ganhar ou perder peso? Então, qual a vantagem de usar adoçante se não possui problema de peso? O açúcar não é um vilão e pode ser consumido também por indivíduos acima do peso, desde que em quantidades adequadas. A preocupação deveria ser em reduzir a quantidade de doces, balas e refrigerantes, por exemplo, pois o adoçante é indicado apenas para pessoas diabéticas, com pré-diabetes ou que precisam emagrecer e sob recomendação médica ou de nutricionista.
Para indivíduos saudáveis, mas que precisam se submeter a uma dieta restrita ou com quantidades reduzidas de açúcar, apresentando condições metabólicas e fisiológicas específicas, como o diabetes, o adoçante apropriado e em quantidades moderadas não proporcionará malefícios. Contudo, quando em excesso, pode causar problemas em longo prazo como enxaqueca, falta de concentração, alergia, dificuldade no controle da ingestão de carboidratos e mudança no paladar, pois envolve substâncias artificiais.
Vale ressaltar, então, que do mesmo modo que muitos não costumam observar o quanto utilizam do adoçante, provavelmente, também consomem produtos alimentícios que o contém. Portanto, cair no excesso pode ser fácil, em especial, quando não se tem uma dieta equilibrada. Por exemplo, uma pessoa que bebe três latas de refrigerante diet por dia vai consumir 90 latinhas no fim do mês, sendo que um suco da fruta com pouco ou nenhum açúcar é uma alternativa muito mais apropriada.
Além disso, quem possui pressão alta ou insuficiência renal precisa verificar as taxas de sódio de cada marca de adoçante antes de consumir, e portadores de fenilcetonúria (doença genética que altera o metabolismo da fenilalanina) não podem ingerir o adoçante aspartame, o qual possui fenilalanina em sua composição. Ou seja, quando ingeridos adequadamente, os adoçantes não fazem mal, sendo a Organização Mundial da Saúde (OMS) quem estabelece o limite máximo de ingestão e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) quem regula no Brasil.
QUAL A INGESTÃO DIÁRIA ACEITÁVEL? 
Antes, é importante lembrar que os adoçantes não são todos iguais. Eles são edulcorantes, substâncias de elevado poder adoçante comparado à sacarose (açúcar comum).
Existem diversos edulcorantes no mercado e permitidos para uso em alimentos e bebidas no Brasil. Cada um possui características diferentes como sabor, restrições, indicações e poder de dulçor diferente, sendo classificados em naturais (frutose, stévia, sorbitol e manitol) e artificiais (aspartame, ciclamato, sacarina, acesulfame-k e sucralose). Os mais vendidos no país são o aspartame e a mistura de sacarina e ciclamato.
A OMS estabelece alguns valores máximos para o consumo diário de adoçantes não calóricos, a fim de que não haja danos à saúde. Abaixo, a quantidade média para cada quilo de peso corporal – seu limite máximo de consumo diário é encontrado multiplicando-se a quantidade em gotas por seu peso.
No Brasil, para o aspartame, recomenda-se a ingestão diária máxima de até 10 gotas/kg de peso corpóreo dos produtos apresentados sob a forma líquida, para não se ultrapassar a ingestão diária aceitável (IDA) de 40mg/kg. Ciclamato, máximo de 11 mg/Kg de peso corporal; Sacarina, 5mg/Kg; Stévia/Steviosídeo, 5,5 mg/Kg; Sucralose, 15 mg/Kg.
O órgão que regulamenta a alimentação e os medicamentos nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA), recomenda que o consumo diário de adoçantes dietéticos seja de 4 a 6 saches de 1g, quando em pó, e de 9 a 10 gotas para os líquidos.
EFEITOS PREJUDICIAIS: VERDADES OU MENTIRAS?
Muita polêmica e dúvidas foram levantadas desde que os adoçantes foram criados (a sacarina foi descoberta em 1879 e sucralose em 1976). Não só a respeito da eficácia, mas, principalmente, dos efeitos sobre a saúde.
A ANVISA afirma que muitos estudos foram conduzidos sobre carcinogênese, envolvendo ciclamato sozinho ou em misturas com sacarina, entretanto, não foi demonstrada incidência, estatisticamente significativa, de tumores na bexiga dos animais testados. E a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos assegura que ambos são seguros para consumo humano.
No entanto, mesmo com estudos ainda não conclusivos sobre o assunto, convém saber mais:
- O aspartame, o acessulfame-k e o ciclamato devem ser utilizados com cautela, até porque existem estudos, mesmo que ainda inconclusivos, relacionando essas substâncias com o câncer.E do ciclamato com efeitos teratogênicos em animais, ou seja, são capazes de produzir danos ao feto ou embrião durante a gravidez.
- Nos EUA, é proibido uso de ciclamato. Mesmo tendo sido em ratos, seu consumo foi relacionado ao câncer de bexiga. Estudo divulgado em fevereiro de 2008 apontou que a ingestão de sacarina – um dos tipos de adoçantes mais empregados em refrigerantes – pode provocar ganho de peso superior ao do açúcar. Isso porque adoçante não satisfaz nossa necessidade de glicose (açúcar) e o cérebro não interpreta sua ingestão como a de um doce, podendo compensar abstinência de outra forma. Contudo, a notícia causou reação da indústria alimentícia e sociedade, que passou a olhar os adoçantes com desconfiança.
- Estudo conduzido na Fundação Europeia Ramazzini em 2005, relacionou o consumo de aspartame por ratos de laboratório ao aumento de linfomas, leucemia e outros tipos de câncer. Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária atesta que, de acordo com diversos comitês internacionais, o aspartame é seguro. Em 20 anos, mais de 200 estudos foram realizados em animais e seres humanos e nenhuma conclusão colocou em dúvida a segurança do produto.
ENTÃO, POSSO UTILIZÁ-LOS?
Como discorrido desde o início, adoçantes não devem ser a primeira opção, pois são substâncias artificiais e, portanto, passíveis de malefícios à saúde humana. Entretanto, quando indicado (diabetes, pré-diabetes, necessidade de redução de peso), pode ser usado dentro das recomendações. Variar os tipos de edulcorantes consumidos e pequenas quantidades diárias ainda são a melhor opção – sendo restringidos na gravidez.
Vale reforçar que além de se considerar o adoçante utilizado no suco ou cafezinho, ele está presente em alimentos diet industrializados e, portanto, é necessário estar atento ao exagero! Não é apenas evitar o açúcar comum e substituir pelo adoçante, mas sim, buscar um equilíbrio na dieta como um todo, evitando edulcorantes, doces, refrigerantes e afins.
A redução de calorias não ocorre apenas com o uso de adoçantes. Uma alimentação rica em fibras, hortaliças, cereais integrais e carnes magras, além de atividade física regular, são os maiores aliados para manter o peso e a saúde.
Fonte: iSaúde

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