Versão da dieta mediterrânea, ela também prioriza vegetais de raiz e frutas vermelhas.
A dieta nórdica ou viking é uma versão dos povos da Escandinávia para a dieta mediterrânea. Com alimentos adaptados para o clima de países como a Dinamarca, Suécia e Noruega, ela proporciona alguns benefícios similares às comidas consumidas por gregos, italianos e espanhóis. Mas você também pode adotar esses bons hábitos em solo brasileiro.
Os destaques desta alimentação nórdica são vegetais, frutas, peixes, alimentos integrais e fontes de gorduras boas. A dieta também sugere mudanças saudáveis como evitar bebidas açucaradas e preferir sucos de frutas, alimentos com conservantes e preferir os orgânicos.
Uma pesquisa realizada por cientistas escandinavos de diversas universidades e institutos e publicada no Journal of Internal Medicine concluiu que a dieta nórdica ajuda a baixar os níveis do colesterol ruim, LDL, e a aumentar o bom, HDL. Assim, ela previne a aterosclerose, doença que causa o estreitamento dos pequenos vasos sanguíneos que fornecem sangue e oxigênio para o coração e por consequência traz mais risco a hipertensão. O estudo feito com 200 voluntários também observou que a alimentação possui um efeito benéfico em inflamações de baixo grau.
Os estudiosos estão tão animados com a dieta nórdica que a Universidade de Copenhague, na Dinamarca, investiu 13 milhões de euros em um projeto para identificar outras comidas que podem ser incluídas no cardápio. Confira quais são os alimentos que compõe a dieta viking e descubra os benefícios que eles proporcionam para a saúde.
Peixes de águas frias
Os peixes de águas frias, como o salmão, o bacalhau e o arenque, são as melhores opções para a saúde. Isto porque eles são ricos em ômega 3, um tipo de gordura que auxilia a diminuir o colesterol ruim, LDL, previne doenças cardiovasculares, melhora as funções cerebrais e evita a degeneração da mácula, estrutura do globo ocular.
Uma pesquisa da Universidade de Valência, na Espanha, concluiu que ingerir os peixes está ligado à diminuição da indecência de diabetes. Isto porque o ômega 3 também melhora a sensibilidade do organismo à insulina, reduzindo os riscos.
Os povos escandinavos possuem o hábito de comer muito bacalhau. "Neste caso é preciso ficar atento com o excesso de sal, já que o alimento é conservado nele", orienta o nutrólogo Roberto Navarro. A recomendação desta dieta é comer peixe cerca de três refeições por semana.
Centeio, aveia, cevada, arroz e massas integrais
A dieta nórdica propõe ingerir cevada, centeio e aveia, enquanto na mediterrânea é consumido o trigo integral. "A aveia possui mais fibras do que o trigo e ajuda a diminuir com maior intensidade a velocidade de absorção da glicose o que é interessante para pacientes do diabetes", diz Navarro. As fibras também auxiliam no trânsito intestinal.
Alimentos integrais, como o arroz e as massas, são bons porque preservam todas as estruturas do grão, como proteínas, fibras, vitaminas e minerais. Eles também ajudam no emagrecimento, pois proporcionam saciedade, já que a digestão dos integrais é mais lenta.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o consumo de alimentos integrais acompanhado de verduras, legumes e frutas, que também são indicados na dieta nórdica, ajuda a diminuir o risco de câncer de pulmão, cólon e reto, estômago, boca, faringe e esôfago.
Frutas vermelhas
Frutas vermelhas como o cranberry, blueberry, morango e amora são muito frequentes nos países escandinavos e proporcionam uma série de benefícios. "Elas possuem antocianina, substância com ação antioxidante que combate o envelhecimento celular, protege o sistema cardiovascular e melhora a circulação sanguínea, evitando a retenção de líquidos e ajudando até mesmo a atenuar a celulite", conta a nutricionista e chef Carina Boniatti, da Colherada Gourmet.
As frutas vermelhas também contam com flavonoides. "O nutriente tem efeito antioxidante e previne doenças degenerativas e câncer", diz a nutricionista e chef Natalia Werutsky.
Um estudo feito por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e da Universidade da Ânglia Oriental, na Inglaterra, concluiu que comer morangos e blueberry três vezes por semana pode diminuir o risco de infarto em mulheres. Os cientistas acompanharam 93.600 mulheres entre 25 e 42 anos, aquelas que comeram mais frutas vermelhas apresentaram uma redução de 32% do risco de terem um ataque cardíaco. A razão do benefício seriam os flavonoides que tem ação antioxidante e anti-inflamatória.
Vegetais de raiz
Os vegetais de raiz são fontes saudáveis de carboidrato. "Quando comparado com uma massa, eles possuem uma riqueza nutricional maior, com mais vitaminas, minerais e alguns antioxidantes", explica Boniatti.
Entre os alimentos de raiz consumidos nos países escandinavos estão a batata e a cenoura. Este último é rico em carotenoides que auxilia na prevenção de doenças cardíacas e câncer, também previne problemas de visão e de pele. A batata deve ser consumida com parcimônia. "Mas ela é uma fonte de vitamina C", diz Navarro. O nutriente aumenta as defesas do organismo, auxiliando na prevenção e no combate de infecções como a gripe.
Repolho e outros vegetais
A dieta nórdica recomenda o consumo diário de diversos vegetais. Porém, o repolho é um dos mais ingeridos entre os povos escandinavos. ?Ele é ótimo para a saúde porque possui glucosinolatos que ajudam a eliminar as toxinas do organismo, favorece o trabalho do fígado e é um anticancerígeno, alguns estudos inclusive mostram que ele pode ajudar na regressão do tumor?, conta Boniatti. Caso você não goste do vegetal, o glucosinolato também está presente no brócolis, couve e couve flor.
O repolho também é importante para os olhos. ?Isto porque possui a luteína, um antioxidante que é protetor da mácula ocular?, explica Navarro. Evite consumir o alimento cru porque ele pode ser negativo para a tireoide. Além dos benefícios mencionados, o repolho roxo também possui antocianinas.
Carnes brancas
Além de estimular o consumo de peixe, a dieta viking também incentiva às pessoas a comerem outras carnes brancas e a diminuir a ingestão da vermelha. "Isto é importante porque diminui o teor de gordura saturada, a proposta da dieta está correta porque não é necessário eliminar a carne vermelha do cardápio, apenas reduzir", conclui Navarro.
A carne vermelha possui muita gordura saturada que por sua vez favorece o aumento do colesterol, principalmente do ruim, o LDL. Além disso, um estudo publicado pela revista da American Medical Association, JAMA Internal Medicine, constatou que o consumo em excesso da carne vermelha pode aumentar as chances de diabetes tipo 2.
Outras pesquisas relacionam o consumo em grandes quantidades do alimento a maior risco de câncer do intestino e doenças cardíacas.
Óleo de colza
Na alimentação dos povos escandinavos o azeite não está tão presente, por isso a dieta nórdica sugere o consumo do óleo de colza. "Ele é uma boa escolha por ser rico em ômega 3 e 9", explica Navarro. O ômega 9 é interessante para a saúde porque ajuda a controlar o triglicerídeos, diminui o colesterol ruim, LDL, e melhora a resposta a insulina. Caso não encontre este óleo, é possível substituí-lo pelo de canola que conta com benefícios similares.
Fonte: Minha Vida
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