Segundo um novo estudo, pessoas obesas que se submetem à cirurgia de estômago para acelerar a perda de peso podem reduzir também o risco de ter – e morrer de – ataque cardíaco ou derrame.
Os pesquisadores suecos acompanharam 4.047 homens e mulheres muito obesos por uma média de 15 anos.
Cerca de metade dos participantes optou por fazer cirurgia de perda de peso (também conhecida como cirurgia bariátrica) no início do estudo.
Os que fizeram a cirurgia foram 33% menos propensos a ter um ataque cardíaco ou derrame. Eles também foram 53% menos propensos a morrer dessas causas. Apenas 199 participantes no grupo de cirurgia, ou 10%, tiveram um ataque cardíaco ou derrame, e apenas 28 morreram de uma dessas doenças.
Depois de 15 anos, as pessoas que se submeteram a cirurgia tinham perdido 16% do seu peso corporal inicial, em média, e os que não passaram pela cirurgia mantiveram aproximadamente o mesmo peso.
Surpreendentemente, porém, a quantidade de perda de peso entre os pacientes que fizeram a cirurgia não foi associada com o risco de ataque cardíaco, derrame ou morte. “O benefício é similar tanto em menores quanto maiores perdas de peso – está na simples perda do peso”, diz o pesquisador Lars Sjöström.
O estudo, embora relativamente grande, pode não ter sido grande o suficiente para detectar relações sutis entre perda de peso e risco cardíaco. Mas também poderia ser que os benefícios de saúde associados a perda de peso pós-operatória variam de pessoa para pessoa.
“Nem todo mundo que é obeso tem o mesmo risco de saúde”, disse o médico Edward H. Livingston. “Um monte de pessoas é obesa, mas essa obesidade não as afeta muito”.
Por exemplo, apesar de nenhum dos participantes do estudo ter diabetes, pessoas com maior nível de hormônio insulina antes da cirurgia tinham um menor risco a longo prazo de ataques cardíacos e derrames do que pessoas com níveis menores de insulina que também fizeram a cirurgia.
Altos níveis de insulina podem, portanto, ser importantes a considerar ao identificar candidatos à cirurgia bariátrica. A cirurgia pode ser especialmente benéfica para as pessoas que têm diabetes. Por outro lado, os pacientes obesos com pressão arterial elevada (hipertensão) podem ver uma redução relativamente pequena no seu risco a longo prazo, porque a hipertensão é em grande parte hereditária e menos susceptível de ser afetada pela perda de peso da cirurgia.
Os pesquisadores alertam que a cirurgia bariátrica é ainda um procedimento relativamente novo, e pouco se sabe sobre o quão bem ou mal ela faz as pessoas ao longo de décadas.
Dos 2.010 participantes do estudo que fizeram a cirurgia, 68% escolheram gastroplastia vertical, 19% foram submetidos a banda gástrica, e 13% fizeram bypass gástrico. Os dois primeiros procedimentos envolvem um tipo de grampeamento do estômago para reduzir a capacidade do estômago (e apetite). A cirurgia de bypass, por sua vez, cria uma espécie de desvio no trato digestivo que afeta a forma como o alimento é absorvido.
A grande falha do estudo é que os participantes não foram atribuídos aleatoriamente a uma cirurgia. Mesmo que os cientistas tenham levado em conta fatores como tabagismo e níveis de colesterol, os pacientes que decidiram seguir adiante com a cirurgia podem ser diferentes em alguns aspectos fundamentais.
“As pessoas que querem a cirurgia bariátrica são pessoas que estão mais motivadas a enfrentar seus problemas de saúde”, diz Livingston. “As pessoas que não buscaram a cirurgia bariátrica são, provavelmente, menos propensas a cuidar de si, ou dispostas a cuidar de si, então os dois grupos de pessoas são fundamentalmente diferentes. Acho que essa diferença conta para o melhor resultado dos pacientes cirúrgicos”, explica.
Fonte: Meu Nutricionista
Nenhum comentário:
Postar um comentário