O filme Vitamina D - Por uma outra terapia retrata a experiência de cinco portadores de esclerose múltipla que tiveram suas vidas transformadas não apenas pelo surgimento da doença, mas também pela descoberta de um novo tratamento à base de vitamina D.
Realizado entre 2011 e 2012 pelo também portador da doença, Daniel Cunha, o filme surgiu da necessidade de disseminar os benefícios desse tratamento, do qual também é beneficiário.
Desenvolvido no Brasil pelo neurologista da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Cícero Galli Coimbra, o tratamento dispensa o uso dos medicamentos convencionais para a doença - entre os principais estão os chamados interferons e o acetato de glatiramer.
Esses medicamentos, injeções que podem custar entre R$ 2 e 10 mil reais mensais, são oferecidos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e diminuem as manifestações da doença em apenas 30%. Além da pouca eficiência, pesa contra o tratamento convencional os recorrentes efeitos colaterais sentidos pelos pacientes após as aplicações.
“Cerca de 70% das pessoas que sofrem de esclerose múltipla apresentam níveis muito baixos de vitamina D, o que se correlaciona com uma frequência maior de manifestações (surtos) e com sequelas neurológicas mais acentuadas após cada surto. A simples percepção disso remete qualquer profissional que se depare com esse quadro à obrigação ética de administrar essa substância como parte fundamental do tratamento”, explica Dr. Cícero. Sua experiência clínica com centenas de pacientes de doenças autoimunitárias (além da esclerose múltipla, a vitamina D funciona com artrite reumatóide, lúpus, psoríase, vitiligo, diabetes do tipo 1, hipotireoidismo, entre outras) têm apresentado, desde 2003, quadros de regressão de sintomas, assim como a estabilidade de doenças como a esclerose múltipla.
De acordo com a literatura médica atual, a vitamina D exerce um papel fundamental na manutenção e no equilíbrio de 229 funções do organismo humano. No entanto, de acordo com as novas descobertas, as doses diárias recomendadas até hoje, de 400 UI (Unidades Internacionais), que equivale a um micrograma, estão longe do ideal necessário para prevenir, estabilizar ou mesmo anular sintomas relacionados à carência dessa substância.
"Em 2003, passamos a utilizar doses fisiologicamente mais realistas, como por exemplo de 10.000 UI (Unidades Internacionais), quantidade produzida por poucos minutos de exposição solar no indivíduo adulto, e observamos uma melhora muito grande no quadro clínico dos pacientes portadores dessas doenças. A partir daí, começamos a elevar os níveis de vitamina D, sempre acompanhando com exames de laboratório para ter certeza que os pacientes não teriam nenhum problema com isso. Em seguida, constatamos que muitos pacientes se viram completamente livres das manifestações dessas doenças", conta o neurologista.
Cícero Galli Coimbra é médico graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), possui título de especialista em medicina interna (1981) e neurologia (1983) pela mesma instituição, e em neurologia pediátrica (1985) pelo Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami, EUA. Obteve o título de mestre (1988) e doutor (1991) em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo e pós-doutorado (1993) pela Universidade de Lund, Suécia. Atualmente é Professor Livre Docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo, onde dirige o Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental. Atua na área de Medicina (Neurologia e Clínica Médica), com ênfase em doenças neurodegenerativas e autoimunitárias.
Veja o vídeo abaixo:
Fonte: Saúde com Ciência
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