Chia, na língua maia, significa força. Esta é uma planta originária do México e Colômbia, cultivada a milhares de anos (2600 a.C.) e utilizada na alimentação de indígenas americanos. Era considerado um superalimento, pois acreditava-se suprir as necessidade nutricionais diárias de um indivíduo adulto. Suas sementes são ovais e pequenas, de cor preta, marrom escura, branca ou cinza. Atualmente a chia é cultivada em alguns estados México e em países como Argentina, Bolívia, Peru e Colômbia.
As culturas ancestrais têm sido resgatadas como forma de diversificar a produção agrícola, melhorar a alimentação da população, auxiliar na prevenção de doenças, diminuir custos de produção e melhorar as condições ambientais envolvidas na produção. Como a semente da chia é uma das principais fontes vegetal de ômega 3, seu cultivo foi resgatado e sua ingestão já vem sendo associada ao controle de peso corporal, níveis de glicemia (principalmente pós-prandial), melhora de perfil lipídico, da função endotelial, coagulação, fibrinólise e do estado de ferro. Assim, pode ser utilizado no tratamento de doenças como obesidade, diabetes, dislipidemias, hipertensão e outras doenças cardiovasculares.
A semente de chia pode auxiliar no tratamento de tais doenças, pois contém um teor de ômega 3 excelente, onde aproximadamente 60% do teor lipídico da semente é de ALA (ácido alfa-linolênico). O grão contém ainda fitoesteróis, compostos antioxidantes (ácido clorogênico, ácido caféico e glicosídeos flavanol), fibras dietéticas e proteínas de alta digestibilidade. Porém, a qualidade nutricional do grão vai depender do solo onde este é plantado e de sua interação com o meio ambiente.
Segundo pesquisadores, o grão de chia apresenta teores de proteína maior que grão como a quinoa, aveia, amaranto, cevada e arroz, além de diversos aminoácidos essenciais. Além de ser rica em ferro, fósforo, selênio, potássio e magnésio.
A semente de chia possui, em 100g, 36% de fibras insolúveis e 5% de fibras solúveis, totalizando 40% de fibras dietéticas que possuem diversos efeitos benéficos para a saúde auxiliando no controle da glicemia e aumentando saciedade. Devido a sua capacidade em absorver água, as fibras insolúveis aceleram o trânsito intestinal e aumentam o peso das fezes. Já as fibras solúveis formam um gel no estômago e intestino que garante o aumento do quimo, prolongando o tempo de absorção da glicose e aumentando a saciedade.
As fibras solúveis também são matéria-prima para a fermentação bacteriana, onde as bactérias do cólon intestinal produzem ácidos graxos de cadeia curta (ácido butírico, acético e propiônico) e gases, contribuindo assim para uma microbiota mais saudável.
O consumo de fibras têm sido associado a benefícios para a saúde como: melhora de constipação intestinal e de diarréias associadas a antibioticoterapia; melhora de dislipidemia; manutenção do sistema imunológico; ação anti-inflamatória. O consumo diário de fibras recomendado é de 20 a 35g.
Por se tratar de uma semente com uma quantidade significativa de aminoácidos essenciais, fibras e ácidos graxos poli-insaturados, a chia era bastante utilizada na antiguidade como um alimento para melhorar resistência. Porém, estudos não demonstraram resultados significativos na melhorar de resistência ao exercício. Apesar disso, a chia foi considerada uma opção saudável para a ingestão de nutriente, contribuindo que os atletas diminuam a ingestão de açúcar e aumentem o consumo de ácidos graxos ômega 3.
Ainda são necessários maiores estudos para que o grão de chia seja considerado um alimento funcional, porém os estudos realizados até então mostram dados promissores e um bom potencial. O grão deve ser associado a uma dieta balanceada, respeitando a individualidade bioquímica de cada um. Sendo assim, antes de introduzir o grão de chia no sua alimentação diária, procure um nutricionista para que este elabore um cardápio personalizado e balanceado.
Fonte: A Nutricionista