A cada dia que passa aumenta o número de pessoas que procuram as cirurgias visando resolver o seu problema com o excesso de peso. O que acontece, em boa parte, devido ao grande insucesso dos tratamentos convencionais para perda de peso. Porém, para realizar a cirurgia o paciente precisa apresentar os critérios como: IMC acima de 40 kg/m² ou acima de 35 kg/m² associado a comorbidades graves, como cardiopatia pulmonar ou diabetes severa, podendo ser incluídos, também, aqueles pacientes que foram avaliados por um médico experiente e tenham poucas chances de sucesso com tratamento convencionais.
Existem três técnicas cirúrgicas para tratar a obesidade mórbida:
- Restritivas: que diminui a capacidade volumétrica do estômago (Ex.: banda gástrica ajustável);
- Desabsortivas: tem como objetivo a perda de peso a partir da diminuição na capacidade de absorver certos nutrientes. Por apresentar mais problemas do que soluções, essa técnica não tem sido mais utilizada.
- Mista: que associa as duas técnicas anteriores, onde há a restrição no volume gástrico e diminuição na capacidade absortiva (Ex.: Fobi Capella e Scopinaro).
Porém, deve-se lembrar que a técnica cirúrgica promove uma mudança física, não promovendo uma reeducação alimentar e mudanças comportamentais. Ou seja, a cirurgia bariátrica trata o efeito e não a causa, e por conta disso é necessário o acompanhamento constante de uma equipe multiprofissional.
Há pessoas que enxergam na cirurgia o “milagre” que esperaram a vida inteira, sendo importante o acompanhamento nutricional no sentido de identificar erros alimentares e carências nutricionais. Os erros alimentares devem ser trabalhados no sentido de conscientizar o paciente quanto à importância de mudança nos hábitos alimentares e de fornecer nutrientes para manter o corpo em equilíbrio.
A pessoa que vai passar pelo procedimento precisa estar muito bem informada quanto ao pós-cirúrgico, tendo em vista que o mesmo irá passar por um período de 2 dias em dieta líquida, a base de chás, água de coco, água mineral e sucos diluídos sem açúcar. Após esse período, o paciente passa a ter uma dieta líquida e coada, evoluindo aos poucos depois de 20 dias para uma dieta semi-pastosa a pastosa e branda, conforme a tolerância do paciente. Com base em tudo que foi dito pode-se perceber a importância de realizar uma boa suplementação antes da cirurgia a fim de manter o organismos em equilíbrio, já prevendo as deficiências nutricionais que organismos irá sofrer durante esse momento de privação.
A suplementação nutricional no pré-cirúrgico não só é importante para corrigir deficiências nutricionais e estabelecer um equilíbrio orgânico, como também para estimular as defesas do organismos evitando infecções, melhorar a cicatrização no pós-cirúrgico e tratar disbiose intestinal, ou seja, tratar mucosa gástrica e intestinal visando melhorar a absorção de nutrientes e prevenindo que xenobióticos e macromoléculas sejam absorvidos e provoquem processos alérgicos. Tratando a disbiose também é possível melhorar o sistema nervoso entérico, garantindo uma melhor produção de neurotransmissores. Para isso, a suplementação com prebióticos e probióticos é importante nesse processo, além de uma suplementação com zinco, ácido fólico, vitamina A, aloe vera e L-glutamina.
No pós-cirúrgico a suplementação também é importante. Lembre-se que as técnicas envolvem diminuição da capacidade gástrica, mas também, diminuição na capacidade absortiva de nutrientes. Há, também, uma aumento da ansiedade por conta do paciente, tornando importante nesse momento um pool de antioxidantes (Zn, Se, Mn, Cu, Vit. C, alfatocoferol, betacaroteno) visando manter o corpo em equilíbrio nutricional, diminuindo dando causados pelo estresse físico e mental, e auxiliando na manutenção de hábitos alimentares saudáveis.
Também é importante uma suplementação de Mg e vitaminas do complexo B, principalmente, B6 e B3, visando melhorar a produção de serotonina e de neurotransmissores. Além da própria vitamina B12 que encontra-se geralmente diminuída em pacientes pós-bariátrica. E como obesos geralmente possui uma resistência insulínica, pode-se usar uma suplementação de cromo, vanádio e fibras para melhorar esse quadro.
Mas lembre-se, somente um profissional capacitado sabe a quantidade ideal de vitaminas e minerais e a forma na qual estes devem ser prescritos para otimizar a sua absorção, já que vitaminas e minerais interagem o tempo todo entre si.
Fonte: A Nutricionista
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