Nutrição é um processo biológico em que o homem, utilizando-se de alimentos, assimila nutrientes para a realização de suas funções vitais.
Quando ele não sabe bem como fazer isso, é ao nutricionisca que ele recorre.
É importante salientar que o Blog visa como caráter informativo e que para um tratamento adequado, é preciso consultar um nutricionista para um tratamento personalizado.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O que fazer para estimular a criança comer melhor?


A formação do hábito alimentar começa desde os primeiros anos de vida. Após o desmame inicia-se a introdução de novos alimentos na rotina alimentar da criança.

É nesse momento que, os pais devem ter disciplina e postura para apresentar ao seu filho o mundo dos alimentos. Desde então, é necessário introduzir e apresentar  à criança uma maior diversidade de alimentos e preparações, priorizando os de boa qualidade nutricional como: frutas, legumes e verduras, sucos naturais, frango sem pele, carnes magras, peixes, arroz, biscoito salgados e produtos integrais.

Vale ressaltar que, o primeiro contato com alguns alimentos pode não ser uma boa experiência. É comum que alimentos diferentes e novas preparações sejam rejeitados pela criança no primeiro momento, mas isso não significa que estes itens devem ser retirado da sua dieta. A adaptação dos alimentos pelos pequenos demanda paciência e tempo. Os alimentos, uma vez rejeitados,devem ser novamente oferecidos, ao longo de um tempo e em preparações diferentes, por até mais 10 vezes à criança. Normalmente, estes alimentos passam a ser, cada vez mais, aceito por elas, caso contrário deve ser retirado da alimentação por um tempo indeterminado.

Nos primeiros anos de vida é recomendado evitar a oferta de doces e açúcar. É nessa fase que a criança desenvolve seu paladar para tais alimentos e, uma vez, bem aceito estes se tornam prioridade para criançada. Quanto mais tardio for a apresentação dos produtos fontes de açúcar, maior é a chance da criança não desenvolver uma palatabilidade por estes e, então, aderir a uma alimentação mais saudável.

Uma alimentação equilibrada e adequada fornece  à criança suporte para um bom crescimento e desenvolvimento. Atitudes conscientes dos pais diminuem a chance da criança desenvolver distúrbios alimentares com riscos nutricionais, como: desnutrição, baixa estatura para idade e obesidade.

A obesidade infantil, hoje, está cada vez mais presente na vida dos brasileiros e seus índices vem aumentando consideravelmente como o passar dos anos. Uma criança obesa tem maior pré-disponibilidade a desenvolver doenças crônicas não transmissíveis ( hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2 e obesidade mórbida) na vida adulta do que uma criança que cresceu na faixa de normalidade.

Nunca é cedo demais para falarmos de saúde. São atitudes e hábitos adquiridos na infância, os maiores responsáveis pela formação de adultos saudáveis. O acompanhamento nutricional é recomendado para qualquer idade, e quanto mais cedo ele se inicia, maiores são as chances de desenvolvermos adultos sadios que buscam qualidade de vida. Vocês não concordam que é mais fácil EDUCAR do que REEDUCAR?

Desde cedo, a criança deve ser incentivada a: fazer de 5 a 6 refeições por dia (café da manhã, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia, se necessário); Beber bastante água durante todo o dia, em torno de 1 litro e meio; Evitar o consumo de alimentos como chips, doces, refrigerantes e demais guloseimas; Consumir leite e seus derivados 3 vezes ao dia; Assim como deve ser incentivada a consumir, pelo menos, 4 vezes ao dia frutas e verduras (Atenção! Legumes e verduras devem ser bem lavados e higienizados.); Não substituir a água e sucos naturais por refrigerantes, mesmo que os de 0% de açúcar; Ter horários regulares para se alimentar; Procurar ingerir alimentos de todos os grupos: carboidratos (pão, arroz, batata, bolo simples, biscoito salgado, podendo variar entre os comuns e os integrais.), proteínas (carne, leite, ovo) e lipídeos de boa qualidade (margarina, óleo vegetal, azeite, castanhas) e dar preferência aos alimentos assados e grelhados em substituição das frituras.

E agora?  Como colocar tudo em prática? O que realmente devemos fazer para estimular a criança a comer melhor? Abaixo seguem algumas dicas:

Cardápios coloridos: As cores dos alimentos ajudam a compor a apresentação dos pratos e são ótimas para atrair a atenção e o apetite da criança. Lembre-se: primeiro comemos com os olhos e isso não é diferente nas crianças.

Montagem do prato: As preparações devem ser sempre diversificadas, assim como seus acompanhamentos. É interessante, montar o prato de diferentes maneiras, com os alimentos em posições contrárias aos dias anteriores, principalmente quando se trata de arroz e feijão. Varie os tipos desses alimentos, como: feijão carioca, feijão preto, feijão branco como salada, arroz branco, arroz com açafrão e arroz com brócolis. Use sua criatividade! Faça desenhos e carinhas.

Alimentos preferidos: Sempre que possível, inclua nas refeições da criança os alimentos de maior preferência, assim ela aceitará com mais facilidade os outros alimentos. Atenção! A presença de alimentos preferidos não impede que o prato contenha novas preparações e/ou alimentos previamente rejeitados, muito pelo contrário.

Importância da alimentação: Na medida do possível, explique para a criança a função dos alimentos, a importância de cada grupo alimentar , o por que a dieta deve ser tão variada e  não conter apenas biscoitos ou chocolates. Introduza na hora da refeição assuntos ligados a uma boa nutrição.

Modo de preparo do alimento: A família não precisa ter cardápios diferentes ou preparações separadas. Os alimentos usados habitualmente pelos adultos devem ser também consumidos pela criança. Recomenda-se, neste caso, adaptar a preparação de acordo com a faixa etária do seu filho.  Uma nova elaboração no preparo dos alimentos faz com que as crianças aceitem, com mais facilidade, o que lhe for oferecido.  Cozinhe ou desfie as carnes ao invés de assar ou grelhar, prefira legumes cozidos e frutas macias na sobremesa.

Refeição em Família: Completando a questão anterior, é interessante que os pais façam o consumo dos mesmos alimentos que seus filhos. Coloque no seu prato e no da criança todas as opções do cardápio oferecido no dia, mesmo que esse contenha algum alimento que a criança rejeita. Uma das maneiras, se não a mais importante, de aprendizagem da criança é o espelhamento em seus pais. A criança copia e observa tudo que os pais estão fazendo. Não adianta fazer a criança comer algo que você mesmo não come.

Insistir com as novidades: Nem sempre a criança concorda em comer uma preparação que lhe é oferecida pela primeira vez. Algumas precisam provar o mesmo alimento de 8 a 10 vezes antes de aceitá-lo e incluí-lo nos seus hábitos alimentares.

Participação Culinária: Envolver a criança na escolhas e no preparo dos alimentos. Exemplo: Leve-a ao sacolão para ajudar nas escolhas de frutas, verduras e legumes, permitindo que ela leve uma de sua preferência ou mesmo uma novidade. Ensinar a criança a fazer uma salada de frutas, assistirem uma preparação de bolo e mexer nos alimentos.

Autonomia: Deixar a criança controlar o quanto comer. Não forçar! Respeite a sensação de saciedade da criança. Já o número das refeições ao dia pode ser imposto pela família. Deixar a criança comer sozinha, oferecendo ajuda ocasionalmente. Preparar os alimentos de forma que a alimentação seja fácil para ela.

Respeito: Não forçar a criança e nem castigá-la no caso de recusar se alimentar. É melhor deixar que ela não coma do que tornar a ocasião um momento de desentendimento e insatisfação para filho e pais. Respeite a decisão da criança, mais tarde ela irá  procurar procurar você para se alimentar. Nessa hora ofereça sempre refeições saudáveis.

São pequenas atitudes e escolhas dos pais que fazem a diferença na formação de um bom hábito alimentar pelos seus filhos. Aprendendo desde cedo o conceito de saúde e nutrição a criança cresce com maior consciência e, uma vez, realizada a educação alimentar de seus filhos, previne de mais tarde viver um processo de reeducação alimentar, principalmente relacionado a uma patologia.
Fonte: A Nutricionista

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