Nutrição é um processo biológico em que o homem, utilizando-se de alimentos, assimila nutrientes para a realização de suas funções vitais.
Quando ele não sabe bem como fazer isso, é ao nutricionisca que ele recorre.
É importante salientar que o Blog visa como caráter informativo e que para um tratamento adequado, é preciso consultar um nutricionista para um tratamento personalizado.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Feijões e Nutrição


Os vários tipos de feijões são importantes para a alimentação humana porque representam uma das melhores fontes protéicas vegetais da dieta. A dieta brasileira tem, como característica cultural, a dupla arroz-feijão, mas nos últimos 30 anos o consumo per capita de feijão caiu de 22 para 13 kg anuais. Mas, o que isso pode significar na prática e na saúde das pessoas? É isso, que o presente artigo vai discutir.

O Brasil é grande produtor de feijão (Phaseolus vulgaris), que é alimento rico em fibras, amido, ferro e compostos antioxidantes, o que predispõe a classificá-lo com alimento funcional, devido os resultados de estudos que relacionam o consumo do grão a proteção/prevenção contra certas doenças e comorbidades. O feijão é recomendado na prescrição dietética de várias doenças, como doenças cardiovasculares, diabetes melitus, obesidade e cânceres. Os principais institutos de nutrição recomendam a ingestão de ao menos uma porção de feijão ao dia.

Os estudos epidemiológicos e dados do Ministério da Saúde comprovam que a principal causa de morte, no Brasil, são as doenças cardiovasculares e os eventos relacionados a elas. Estudos brasileiros mostraram o potencial de espécies de feijão preto, carioquinha e vermelho na redução do colesterol sérico. Em experimento conduzido com ratos hipercolesterolêmicos, o consumo de extrato de feijão foi responsável pela redução dos níveis de colesterol e LDL-c, mesmo eles sendo alimentados por dieta rica em lipídeos saturados. Indivíduos obesos e com sobrepeso que foram suplementados com extrato de feijão apresentaram redução de 6% nos níveis de colesterol em 6 meses de estudo. A resistência à insulina e a tolerância à glicose também pode ser controlada por meio do consumo de feijão, segundo os estudos.

Os componentes do grão, que parecem influenciar a ação funcional dele no controle metabólico podem estar relacionados às fibras solúveis e insolúveis e também aos taninos, compostos fenólicos, aos fitosteróis, saponinas e fitatos presentes no grão. Entretanto, o mecanismo de ação do alimento ainda é desconhecido – os efeitos sinérgicos de vários componentes parecem estar envolvidos. Dessa forma, podemos afirmar que as pessoas com concentrações moderadamente altas de colesterol e frações e glicemia podem ser beneficiadas pelo consumo de grãos de leguminosas, especialmente os feijões.

Estudos que especulam sobre a ação dos feijões na prevenção de câncer relatam algumas evidencias: retardamento da digestão do amido no cólon intestinal, o que ocasiona fermentação e formação de ácidos graxos de cadeia curta (acetato, butirato e proprionato); os fitatos do grão se ligam ao ferro e ao zinco, impedindo a proliferação celular. Além disso, os ácidos graxo de cadeia curta proporcionam um ambiente ácido ao meio, o que por si só já protegeria contra agentes cancerígenos, como o amônio por exemplo.

Composição do feijão:
Proteínas: teor balanceado de aminoácidos essenciais;
Fibra Alimentar: associada ao controle de peso, melhora da glicemia e prevenção de doenças cardiovasculares;
Saponinas: remoção de radicais livres e atividade anticancerígena;
Fitosteróis: estrutura similar ao colesterol, interferem na absorção intestinal de colesterol dietético;
Polifenóis: antioxidantes presentes na casca do grão e relacionados à prevenção de doenças cardiovasculares, cânceres e diabetes melitus;
Fitatos: altera a digestibilidade e absorção de amidos e proteínas, se liga a minerais como ferro, cálcio e zinco (reduzindo a absorção intestinal deles), sendo relacionado à redução da glicemia sanguínea, à prevenção de cânceres e ao controle do colesterol e lipídeos sanguíneos;
Oligossacarídeos: principalmente a rafinose, estaquiose e verbascose, que metabolizados pelas bactérias intestinais estimulam os movimentos peristálticos e previnem a obstipação intestinal (prisão de ventre).
Assim, motivos não faltam para manter e privilegiar o consumo dos feijões na dieta brasileira seja eles roxo, vermelho, preto, carioquinha, fradinho ou branco. Façamos desse grão nosso aliado na afirmação da cultura alimentar brasileira e na nossa saúde.

Fonte: A Nutricionista

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