Uma barriga saliente causa problemas bem maiores do que o desconforto estético: ela está associada a um risco elevado de diabetes, aumento da pressão arterial e altos índices de triglicérides, gorduras que formam placas que obstruem as artérias.
A boa notícia é que é possível incinerar os pneuzinhos com uma fórmula praticamente infalível: mudança de hábitos alimentares e atividade física. "Assim que começamos a praticar exercícios, a gordura visceral é a primeira a diminuir", explica o endocrinologista João Eduardo Salles, vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Isso acontece porque a gordura da barriga tem uma alta taxa de glicólise – isto é, de quebra de gordura, essencial no processo de emagrecimento –, muito maior do que aquela armazenada no braço ou no quadril, por exemplo.
Para fazer com que os benefícios conquistados pela rotina saudável se prolonguem, é preciso manter a regularidade. “O ideal é que esses hábitos não sejam parte apenas de um ‘projeto verão’, mas de um projeto de verão a verão, ou seja, o ano todo”, orienta Salles:
Corra, pedale ou nade
Exercícios aeróbicos como corrida, ciclismo e natação aceleram o metabolismo do corpo, contribuindo para a queima de gordura. Segundo Rodrigo da Silva, educador físico da academia Smart Fit, meia hora por dia de exercícios aeróbicos garante resultados visíveis depois de dois a três meses de prática regular. "Se a pessoa pode passar uma hora em uma esteira ou bicicleta, melhor ainda", explica. A intensidade varia de acordo com o condicionamento físico de cada um: sedentários devem começar com caminhadas leves até adquirir condicionamento suficiente para começar a correr e perder ainda mais calorias.
Não se restrinja aos abdominais
Fazer meia hora de abdominais por dia na esperança de conquistar uma barriga definida é uma prática comum nas academias. De fato, o exercício fortalece o músculo do abdômen e ajuda a corrigir a postura, mas não é suficiente para queimar a gordura da região. "O ideal é aliar os abdominais a alguma atividade aeróbica, que auxilia na perda de gordura", diz o educador físico Rodrigo da Silva. "Os músculos da barriga são mais resistentes que os outros. Por isso, eles podem ser trabalhados todos os dias, e não apenas em dias alternados."
Consuma açúcares e gorduras com moderação
A regra é clara: só se exercitar, sem revisar a dieta, não adianta. Para os exercícios fazerem efeito, é preciso evitar alimentos altamente calóricos, como gorduras e doces — incluindo bebidas adocicadas, como alguns sucos industrializados e refrigerantes.
Passe longe da cerveja
A expressão popular “barriga de chope” não é todo errada. As calorias da cerveja (cerca de 200 por copo) se transformam em gordura e se acumulam na região abdominal. Os homens, que têm mais propensão do que as mulheres para armazenar gordura no abdômen, são os principais alvos. “É claro que a barriga de chope não é um resultado só da cerveja, mas com certeza seu consumo contribui bastante”, explica o endocrinologista João Eduardo Salles.
Inclua fibras e proteínas no cardápio
Alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e verduras, e em proteínas, como ovos, peixes e carnes magras, prolongam a sensação de saciedade, diminuindo o apetite por guloseimas que podem se acumular em forma de gordura na região abdominal.
Arrume a postura
Ter uma postura errada pode dar a impressão de que a barriga é maior do que seu tamanho real. Exercícios que ajudam a corrigir a postura, como pilates ou ioga, não influenciam diretamente na perda de gordura, pois queimam poucas calorias, mas endireitam as costas, o que puxa a barriga para dentro.
Evite comidas congeladas
As comidas congeladas, além de cheias de gordura saturada, também costumam ter um alto teor de sódio para prolongar sua durabilidade. O sódio em excesso facilita a retenção de líquidos, um dos fatores responsáveis pela sensação de inchaço na barriga.
Mantenha uma rotina ativa
Para perder barriga, o ideal é se exercitar com regularidade, ao menos meia hora por dia. Para aqueles que não têm esse tempo disponível, manter uma rotina ativa já ajuda — um estudo de 2012 revelou que, no Brasil, o sedentarismo crescente ameaça formar a primeira geração de jovens que viverão menos do que seus pais. Alguns hábitos simples para combater o sedentarismo são trocar o elevador pela escada, estacionar o carro um pouco mais longe do trabalho do que o normal ou levar o cachorro para passear.
Conheça seu metabolismo
Alterações hormonais influenciam a tendência de ganhar ou perder peso. Um exemplo é o hipotireoidismo: caracterizado pela baixa produção do hormônio tiroxina pela glândula tireoide, que regula o metabolismo, a doença facilita o acúmulo de gordura no corpo. Além disso, o simples fato de ser homem ou mulher conta pontos — de modo geral, as mulheres costumam ter maior tendência a engordar, por possuir um metabolismo mais lento que o dos homens. Por isso, é importante conhecer o próprio metabolismo e conversar com um médico para receber orientações específicas.
Combata o stress
Má alimentação e sedentarismo não são os únicos responsáveis pelo ganho de peso e, consequentemente, pelo acúmulo de gordura na região abdominal – o stress também pode surtir esse efeito, e não somente pelo fato de pessoas estressadas serem mais propensas a comer em maior quantidade. O stress induz o corpo a liberar cortisona, um hormônio que está associado à obesidade. Um estudo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mostrou que indivíduos mais sensíveis ao stress liberam maiores níveis de cortisona no organismo e são mais propensos a ter excesso de peso, pressão alta e níveis elevados de colesterol e açúcar no sangue.
Fonte: Revista Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário