Para muitas pessoas, comer e não engordar está entre os desejos mais utópicos acalentados durante a vida. Mas há aqueles que são bons de garfo e, na hora de subirem na balança, frustram-se porque a calça jeans segue larga no corpo. O povo da cintura fina por natureza pode fazer parte do seleto grupo dos magros constitucionais, o que significa ser assim em função da constituição do próprio corpo.
A endocrinologista Graciele Tombini explica que a medicina ainda não consegue determinar as causas da magreza constitucional, bem como por que algumas pessoas não comem grandes quantidades mas são consideradas obesas.
– Uma das teorias atribui o fato à ação das UCPs (proteínas desacopladoras). No processo metabólico, o alimento pode ser armazenado sob a forma de gordura e músculo ou dissipado sob a forma de calor (de energia). Alguns estudos mostram que a quantidade de UCPs que dissipam o calor e não deixam o alimento ser armazenado é maior nos magros do que nos obesos.
Pessoas que apresentam dificuldade para ganhar peso têm o metabolismo acelerado. A nutricionista Carla Piovesan explica que ele é calculado levando em consideração questões como altura, peso, idade, sexo e atividades desempenhadas durante o dia.
– É uma conta com muitas variáveis. Os homens, por exemplo, em uma comparação direta com as mulheres, têm o metabolismo mais acelerado. O corpo masculino gasta mais calorias do que o feminino. Por isso, eles podem comer um pouco mais do que as mulheres. Podemos ter duas mulheres com a mesma altura, peso e idade com metabolismos diferentes, dependendo da quantidade de massa magra do corpo. Quanto mais músculo, mais acelerado vai ser o metabolismo – explica Carla.
Mas nem sempre a dificuldade de ganhar peso está ligada a fatores metabólicos. Graciele Tombini diz que quando o Índice de Massa Corporal (IMC) – resultado da divisão do peso pela altura ao quadrado – é menor do que 17, é hora de ligar o sinal de alerta. Doenças como hipertireoidismo, câncer, diabetes, parasitoses intestinais, doenças inflamatórias do tubo digestivo, doenças infecciosas, depressão e anorexia podem ser a causa de um emagrecimento excessivo.
– A preocupação maior é que a magreza geralmente está associado à desnutrição, menor resistência imunológica, baixa massa óssea, aumentando o risco de fraturas. Os hormônios são formados a partir da gordura, e um peso muito baixo pode provocar uma série de alterações. Nas mulheres, por exemplo, a menstruação é interrompida, além de causar a infertilidade – declara Graciele.
Idosos também precisam ficar atentos. Com o passar do tempo, ocorrem perdas muscular e óssea. Estas são maiores na menopausa e na andropausa, já que os hormônios, especialmente a testosterona, que também é produzida por mulheres, são muito importantes para o ganho e a manutenção da massa magra. Nesses casos, o ideal é a prevenção. Crie uma rotina de exercícios físicos, preferencialmente antes dos 50 anos, para evitar a perda de massa magra.
– Quando o objetivo é ganhar peso, o ideal é aumentar o peso muscular, já que músculo pesa mais do que gordura. Além disso, sempre se procura diminuir o peso de gordura por questões de saúde. Portanto, o foco deve ser o aumento da massa muscular e, nesse sentido, o treinamento de força seria o ideal, desde que prescrito por profissional da educação física devidamente capacitado – afirma Jerri Luiz Ribeiro, professor de fisiologia do IPA. Também existe a opção de suplementos alimentares, que auxiliam no ganho de massa muscular. Mas antes de iniciar qualquer ingestão de complementos alimentares, procure um nutricionista para que ele recomende o mais adequado para o seu perfil.
Fonte: INGR
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