A AIDS é transmitida pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que tem a capacidade de inserir seu material genético em células alvo-hospedeiras, principalmente os linfócitos T CD4, os quais constituem células de defesa do sistema imunológico humano. Após a infecção e ampla replicação, o vírus destrói várias células e, posteriormente, infecta outras. Esta infecção causa a AIDS, uma doença de espectro amplo, com curso clínico variável, progressiva supressão do sistema imunológico, indução a infecções oportunistas recorrentes, alterações nutricionais, debilitação progressiva e morte.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que as intervenções nutricionais façam parte de todos os programas de controle e tratamento da AIDS, pois a dieta e a nutrição podem melhorar a adesão e a efetividade da terapia antirretroviral. Dados da literatura evidenciam que o gasto energético da massa magra de repouso é significativamente mais alto em indivíduos infectados pelo HIV do que em indivíduos saudáveis devido à ação de citocinas sobre este tecido. A perda de peso e a possível desnutrição também podem ocorrer devido a alterações de consumo alimentar, deglutição, absorção, infecções oportunistas, depressão e dificuldade de acesso ao alimento, motivada pela precariedade socioeconômica da maioria da população atingida.
De acordo com estudos prospectivos e retrospectivos, existe uma relação significativa entre a perda de peso e a mortalidade e/ou a progressão da doença, independentemente da administração de terapia antirretroviral efetiva. Foi constatado em estudo que pacientes HIV positivos com risco nutricional têm maior chance de permanecerem internados por mais tempo quando comparados aos pacientes sem risco nutricional. Um estudo longitudinal analisando outras patologias e utilizando diferentes parâmetros de avaliação nutricional também observou que o risco nutricional esteve fortemente ligado ao tempo de hospitalização prolongada. A aplicação da triagem nutricional pode auxiliar no rastreamento nutricional, permitindo uma intervenção precoce e consequente melhora no prognóstico do paciente hospitalizado com AIDS.
Fonte: INGR
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