Estar bem informado sobre nutrição é o primeiro passo para a adoção de bons hábitos alimentares. Porém, aprender sobre o assunto pode ser intragável para os menos interessados, especialmente as crianças. A não ser que a lição venha de maneira divertida, como propõem jogos eletrônicos que ensinam os pequenos a escolherem melhor o que comem.
Aliados a profissionais da saúde, desenvolvedores de games brasileiros aproveitam o grande interesse da nova geração por smartphones, tablets, computadores e videogames para passar às crianças noções sobre alimentação balanceada. O grupo Ludo Educativo, por exemplo, acaba de lançar seu segundo título sobre o tema, o Comilo-Saurus.
O jogo tem como intuito mostrar às crianças que cada tipo de nutriente tem uma função específica no corpo, sendo todos igualmente importantes para uma alimentação saudável. Nele, bebês dinossauros fazem uma viagem no tempo e param no laboratório de uma cientista. Enquanto ela procura uma forma de mandá-los de volta ao passado, o jogador precisa mantê-los bem alimentados. Para isso, é necessário equilibrar carboidratos, proteínas, vitaminas e gorduras. Caso contrário, toda a sala de pesquisa acaba devorada pelos filhotes.
— Procuramos mostrar de maneira ilustrativa e simples as quantidades de nutrientes encontradas em diversos ingredientes — afirma Alexandre Rosenfeld, coordenador do grupo. — Existe uma crescente preocupação com a boa alimentação, e isso nos motivou a criar jogos relacionados à nutrição — completa. Segundo ele, uma das propostas abordadas no desenvolvimento do jogo está relacionada à preferência alimentar de cada dinossauro.
— Além de entender cada dieta, as crianças podem aprender sobre os nutrientes de cada alimento. Uma pessoa que não come carne, por exemplo, pode encontrar proteína no ovo e no leite — afirma.
Conforme os bebês vão crescendo, a dieta vai mudando, podendo ser carnívora (que inclui carne animal), onívora (carne e vegetais), vegetariana (sem carne, mas com derivados animais) ou vegana (sem nenhum produto de origem animal).
Conceitos divertidos
Educadores também estão descobrindo o potencial dos games para a transmissão de informações. A ED Interactive começou quando os sócios, todos vindos do mercado de educação, decidiram abrir uma empresa de comunicação.
— Resolvemos voltar às nossas origens e criar um jogo que fosse divertido, mas também acrescentasse conhecimento — conta Fábio Lima, um dos membros da iniciativa.
Daí surgiu o Gigantes Famintos, jogo que envolve reinos encantados, gigantes e duendes em uma aventura cujo objetivo é despertar nas crianças o gosto por alimentos saudáveis.
— Todo mundo sabe que, se não for divertido, se for por obrigação, as crianças não gostam de fazer o que os pais pedem — brinca Lima.
A estratégia do game, afirma o educador e empresário, explora a curiosidade infantil:
— Se a criança não tiver interesse na parte do aprendizado, pode apenas se divertir com a história. Não temos pretensão nenhuma de forçar a compreensão dos conceitos, queremos apenas que ela considere a possibilidade de experimentar uma alimentação mais saudável.
Para seguir adiante na história e passar de fases, o jogador precisa estar atento ao que os gigantes comem. São sete reinos, cada um com um tipo de gigante, como o da construção e o da educação. Quando os personagens estão mal alimentados, os reinos pelos quais são responsáveis entram em colapso. Para evitar isso, a criança assume o papel de um duende cozinheiro, que deve montar o cardápio dos grandalhões famintos. Os alimentos vão caindo na tela e o chef precisa selecionar os ingredientes certos para a receita descrita, que pode ser recriada na vida real com a ajuda dos pais.
Online
Conhecer as características dos diferentes elementos que compõem a alimentação também é o objetivo dos jogos desenvolvidos pelo site Só Nutrição. De acordo com o coordenador da página, Juliano Niederauer, os conceitos de cada game foram concebidos com o auxílio de uma nutricionista. No espaço virtual, há quatro games disponíveis gratuitamente. Quem se interessar pode comprar um DVD com 15 títulos.
De acordo com o coordenador, todos os temas são aprendidos de forma interativa.
— O jogador precisa estar atento para clicar e arrastar itens, classificar alimentos, fazer compras no supermercado, responder perguntas — enumera.
Cada jogo tem uma dinâmica diferente, mas sempre com o objetivo de instruir a criança a entender o que faz parte de uma boa alimentação. O Fome de Quê? é o mais popular no site, seguido pelo Pirâmide Alimentar. No primeiro, um personagem traz alguns dados sobre um alimento, e o jogador precisa identificar que item melhor se encaixa na descrição.
— A criança precisa conhecer características de cada produto e vai aprendendo mais ao longo do jogo — diz Niederauer.
Já no Pirâmide Alimentar, o objetivo é encaixar os alimentos em diversas categorias.
— É mais classificatório do que informativo, mas também ensina bastante — afirma.
Um fato que todos os desenvolvedores têm em comum é a certeza de que há espaço no mercado de games para esse tipo de iniciativa.
— Existe uma preocupação com o cultivo de hábitos alimentares saudáveis e uma progressão de doenças relacionadas à má alimentação. Por isso, há cada vez mais formas de difundir conhecimentos sobre o assunto para crianças — afirma Alexandre Rosenfeld.
Fábio Lima, da ED Interactive, acredita que, para ensinar conceitos sobre alimentação para crianças, é preciso fazer com que ela se divirta:
— A mensagem educativa vem embutida no jogo. A probabilidade de a criança aprender assim é bem maior.
Onde jogar
Comilo-saurus
– Plataformas: dispositivos móveis (tablets e smartphones) e internet
– Disponível para download nos sistemas Android e iOS
– Para jogar online: portal.ludoeducativo.com.br/pt/play/comilo-saurus
– Faixa etária: a partir de sete anos
Gigantes Famintos
– Plataformas: dispositivos móveis (tablets e smartphones)
– Disponível para download nos sistemas Android e iOS
– Faixa etária: de quatro a 12 anos
Fome de Quê? e Pirâmide Alimentar
– Plataformas: internet e DVDs para comprar
– Para jogar online: sonutricao.com.br/jogos.php
– Faixa etária: alunos de 1ª a 6ª séries
Fonte: INGR
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