Uma pesquisa realizada em nove países latino-americanos mostra que o brasileiro ingere 6,9 litros de bebida alcoólica por ano.
Divulgado nesta quinta-feira (24), o estudo inédito cruzou dados de enquetes nacionais e mediu não só a porcentagem da população que consome bebidas, mas quanto e como se consome.
O ranking é liderado pela Venezuela (8,9), seguida da República Dominicana (8), Brasil (6,9), Colômbia (6,3), México (4,8), Nicarágua (4,2), Costa Rica (3,9), Peru (3,7) e El Salvador (2,6).
A média na América Latina é de 5,5 litros por pessoa, que é baixo se comparado à Europa (13) e aos Estados Unidos (9,8).
Segundo o levantamento, seis de cada dez pessoas beberam pelo menos uma vez no período de 12 meses anteriores à enquete, feita com pessoas de 18 e 65 anos.
Também revela que em média, nesse mesmo período, 15% da população em cada país foi abstêmia ou simplesmente nunca havia bebido na vida.
"Este dado é importante porque existe uma percepção que todo mundo toma bebidas alcoólicas, o que não é certo. Além disso, existem importantes variações por países", declarou o pesquisador Carlos Sojo, organizador do estudo realizado pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).
No ranking dos abstêmios, El Salvador vem em primeiro (38,9% da população), depois México (29,1%), Nicarágua (23%), Costa Rica (17%) e Brasil (10,9 % dos consultados declararam que não consome qualquer tipo de bebida alcoólica).
HÁBITO MASCULINO
Sojo comentou que grande parte da diferença entre países se explica pela incorporação das mulheres ao grupo consumidor, embora se trate de um fenômeno menos destacado na América Central e no México com relação à América do Sul e ao Caribe.
No entanto, o consumo de álcool é claramente um hábito masculino, acrescentou, pois o homem bebe em geral quatro vezes mais que a mulher.
Outro dado inovador fornecido pelo estudo é que, do total da população, a maioria (75%) ou não bebe nada ou consome quantidades que estão abaixo do nível de risco declarado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Este nível de risco fica nas 40 gramas de álcool puro para as mulheres e 60 gramas para os homens.
Estas quantidades são superadas de maneira ocasional ou muito frequente por 25% da população restante, da qual 20% sofrem um risco ocasional de superar a medida de risco e 5% enfrentam um risco alto a longo prazo.
A pesquisa determinou igualmente que, por faixa etária, o grupo de maior consumo é o de 25 a 34 anos, e que se bebe mais quanto maior é o nível socioeconômico e educativo.
O financiamento para o estudo veio da Cerveceros Latino-Americanos, uma associação que representa os interesses de todos os fabricantes de cerveja de 18 países latino-americanos. Sojo assegurou que teve completa autonomia e independência para a elaboração do documento.
Fonte: Meu Nutricionista
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