As doenças reumáticas incluem centenas de diferentes manifestações, caracterizadas principalmente pelos sinais de dor, inflamação, degeneração e inchaço das articulações. As partes mais afetadas são os tendões, ligamentos, ossos, cartilagens e as membranas sinoviais (elas revestem as articulações e secretam os lubrificantes que permitem os movimentos).
As causas da maioria das doenças reumáticas permanecem desconhecidas. Porém, sabe-se que o padrão alimentar e o estado nutricional do indivíduo influenciam na intensidade dos sintomas. Por isso, o tratamento nutricional acabou se tornando um coadjuvante no tratamento geral dessas enfermidades.
O texto comentará sobre a relação entre os cuidados nutricionais e as doenças reumáticas mais conhecidas pelas pessoas – osteoartrite, artrite reumatoide e gota.
Osteoartrite
A osteoartrite, também conhecida por osteoartrose ou artrose, é uma doença relacionada com o desgaste da articulação, manifestando-se posteriormente sintomas de dor, inchaço e ruídos nas juntas quando há movimento. O aparecimento da artrose é mais frequente em idosos, mas ela pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade.
A principal diretriz do tratamento nutricional para a artrose é a prática de uma alimentação balanceada, a qual promova e mantenha um peso do corpo adequado. Uma alimentação altamente calórica leva à obesidade, e esse excesso impõe uma carga adicional às articulações que suportam o peso, sobrecarregando e desgastando os joelhos, os pés, os quadris e a coluna.
Em geral, o paciente pode comer todo o tipo de alimento, priorizando uma alimentação variada, contendo frutas e verduras frescas, carnes mais magras, grãos integrais, leite e queijos mais brancos. Alguns estudos indicam que a ingestão de antioxidantes reduzem o risco de progressão da doença, como as vitaminas C, E e beta-caroteno. Vitamina D, B6, ácido fólico, cálcio e ômega-3 também são outros nutrientes que ajudam no retardo da progressão da enfermidade.
Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença de origem autoimune, debilitante e frequentemente incapacitante, apresentando-se como uma inflamação crônica, atingindo a membrana sinovial e progredindo para lesão na cartilagem. Embora seja menos comum que a osteoartrite, sua forma é mais grave, levando a deformidades e comprometimento da qualidade de vida. Qualquer articulação pode ser afetada por artrite reumatoide, porém seu aparecimento em pequenas articulações (dedos dos pés e mãos) é mais comum.
Diferentemente da artrose, portadores de artrite reumatoide têm seu estado nutricional mais afetado com a evolução da doença. A capacidade de realizar atividades diárias fica prejudicada, incluindo a compra, preparação e consumo dos alimentos. As capacidades de mastigar e morder também se alteram, levando à mudança da consistência da alimentação. As alterações gastrointestinais ocorrem devido ao consumo de medicamentos, os quais afetam a ingestão, digestão e absorção. Também há mudanças do paladar, sensação de boca seca e dificuldade de deglutir. Tudo isso traz uma diminuição no consumo de calorias.
No caso de artrite reumatoide, uma dieta com mais alimentos integrais, vegetais crus, com menos açúcar e produtos industrializados apresenta bons resultados. A ingestão de lactobacilos é recomendada para melhoria da microbiota intestinal. Também é indicado o consumo de antioxidantes – como vitaminas C, E, selênio ômega-3 e flavonoides – para diminuir a agressão da inflamação. O consumo de alimentos ricos em vitamina D e cálcio é uma recomendação importante para evitar a desmineralização óssea comum no estágio avançado da doença.
Gota
A gota é uma desordem do metabolismo das purinas, promovendo um excesso de ácido úrico no sangue denominado hiperuricemia. A descoberta da doença normalmente acontece quando o indivíduo sente uma dor súbita no dedão do pé, espalhando-se pela perna. O aparecimento da doença também é associado a disfunção renal, diabetes, alterações de colesterol e obesidade.
A alimentação é um ponto trivial nos casos de gota. Um padrão de alimentação rico em gorduras e pobre em carboidratos acelera o aparecimento das crises. No estágio agudo da doença, é necessário restringir a ingestão de alimentos ricos em purinas (para reduzir a formação de ácido úrico) e incentivar o consumo de água (para aumentar a eliminação da substância pelos rins).
Portanto, a alimentação deve conter mais carboidratos, pobre em gorduras e moderada em proteínas (pois estas também promovem a formação de purinas). É importante evitar o consumo de bebidas alcoólicas, vísceras, alimentos embutidos, molhos prontos, frutos do mar, oleaginosas e feijões, porque esses alimentos são ricos em purinas.
Cada doença reumática tem suas características específicas, também tornando específicas as mudanças do padrão alimentar. Para orientações mais específicas, procure um Nutricionista de sua confiança.
Fonte: A Nutricionista
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