A obesidade deixou de ser apenas motivo de piadas de mau gosto e hoje é uma questão de saúde pública. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, quase metade da população brasileira é obesa, 40%. Relatório da OMS revela que obesidade mata quase 3 milhões de pessoas por ano no mundo.
O economista Paul Zane Pilzer, fundador do Zabe Benefits, Extend Health, Zane Publishing e The American Academy e consultor para saúde de duas gestões do governo dos Estados Unidos, destacou em debates do Fórum da Saúde e Bem-Estar uma nova necessidade para o mercado de bem-estar diante de um auditório repleto de líderes das maiores empresas de saúde do Brasil.
“O problema da obesidade, é econômico, não é um problema médico”, defendeu o consultor no evento do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais que aconteceu esse fim de semana em Campinas, SP.
“Nos Estados Unidos, atualmente, a parcela da população de menor renda e nível de escolaridade mais baixo concentra os índices mais altos de obesidade. Quanto mais pobre, mais obesos. E o Brasil também está seguindo esse caminho”, observou.
Segundo Zane, isso é reflexo da falta de oportunidades e acesso dessas pessoas a informação precisa sobre saúde. O brasileiro gasta 14% do seu dinheiro com saúde e bem-estar – índice que a cada ano se aproxima do patamar dos EUA (há dois anos, era 11%), mas a população acima do peso já passa dos 46% e segue crescendo.
Comida saudável X indústria médica
O especialista observou que há um mercado crescente de produtos e serviços focados em saúde e bem-estar, mas a indústria médica tradicional ainda não acompanha essa tendência. “A indústria médica ainda se preocupa em soluções para tratar os sintomas, e não em soluções efetivas para os problemas de saúde. Mesmo porque os melhores produtos para tratar as doenças ainda não foram inventados”, disse Zane.
Herança cultural não ajuda
Outro ponto de atenção para a manutenção e promoção da saúde e bem-estar é cultural, defendeu Paul Zane. Segundo ele, nesse ponto as culturas ianque e brasileira são novamente semelhantes. “Somos educados para respeitar as pessoas acima do peso, não fazer comentários. Ou seja, somos criados para aceitar. Isso é errado”, afirmou. “O grande negócio não deve ser curar as pessoas, mas evitar que fiquem doentes”, completou.
Quanto custa ser saudável?
Outro ponto sempre ressaltado por quem decide passar a se alimentar de maneira saudável é o custo do novo hábito no orçamento. Uma pesquisa divulgada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontou que produtos diet e light são cerca de 30% mais caros.
De acordo com um levantamento feito pela Organic Services no final de 2010, de uma maneira geral, os brasileiros até querem consumir mais alimentos orgânicos, mas a maior dificuldade para isso é o preço, seguido pela pouca variedade e dificuldade em encontrar os produtos. Seu custo é, em média, 60% maior que o dos similares convencionais, nos supermercados a diferença chega a ser 463%.
Fonte: Meu Nutricionista
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