Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é o excesso de gordura corporal acumulada que traz consigo implicações negativas para a saúde. Seu desenvolvimento é multifatorial, ou seja, sofre influência genética, ambiental e comportamental.
Para visualizarmos o cenário da obesidade no Brasil, vamos utilizar a Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (2010) que relatou a prevalência de sobrepeso em 48% nas mulheres e 50,1% nos homens acima dos 20 anos de idade. Esta mesma pesquisa relata que as crianças brasileiras estão acima do peso para o padrão internacional estabelecido, ou seja, esta geração já está no processo de ganho de peso desde a infância.
Assim, se o ritmo de crescimento for mantido, em 2020 teremos uma população com 30% de obesos, caracterizando um problema de saúde pública, como já há nos Estados Unidos.
Mas como a obesidade nos afeta?
Estamos sujeitos a influências: físicas (ambiente), químicas (organismo) e psicológicas (relações humanas). A rotina estressante e o tempo escasso levam a hábitos que visam facilitar a rotina e que, em contra ponto, prejudicam a saúde.
Gastos aumentados: A praticidade que os alimentos industrializados ou prontos oferecem, têm refletido no orçamento de todas as famílias brasileiras. Estes produtos são mais caros, apresentam densidade energética elevada (maior quantidade de calorias em um volume menor de alimento) e acabam aumentando os gastos com alimentação. Desta forma, deixamos de lado o comportamento primário da alimentação: busca, seleção, preparo e consumo. Esta seqüência simples favorece o reconhecimento do apetite (e não simplesmente a fome inespecífica) e ingestão em quantidade adequada. Ademais, a obesidade facilita o desenvolvimento de outras doenças associadas como: diabetes, hipertensão (pressão alta), doenças coronarianas e respiratórias e, para o tratamento destas são necessários medicamentos que, mais uma vez, somam-se aos gastos.
Sexualidade: A imagem corporal alterada torna-se negativa para o obeso e afeta significativamente em sua qualidade de vida. A obesidade geralmente impacta na atividade sexual, redução do desejo e aumento de dificuldades no desempenho e ereção, levando à negatividade da sexualidade. De acordo com estudos, há mais relatos de comprometimento negativo da qualidade de vida das mulheres obesas em relação aos homens.
Expectativa de vida: Com a evolução da Medicina, tratamentos precoces e cuidados com a alimentação e o corpo, a expectativa de vida mundial aumentou para 73,17 anos, segundo dados atuais do IBGE. Entretanto, no grupo dos obesos ocorre o contrário. Houve aumento da prevalência da obesidade no mundo o que favorece o desenvolvimento de doenças como diabetes, insuficiência cardíaca e hipertensão, fruto da vida sedentária e má alimentação, o que pode reduzir a expectativa de vida.
Atividade Física: O excesso de peso prejudica, além dos sistemas fisiológicos, estruturas do corpo, principalmente a coluna e os joelhos. Como conseqüência, estes locais de suporte e ação sofrem maiores impactos e já desestimulam a atividade física antes de a mesma começar. Estudos demonstram que a falta de atividade física regular tem o mesmo, ou maior impacto no ganho de peso do que o consumo calórico excessivo. Criar o hábito de caminhar todos os dias, por pelo menos 40 minutos, reduz o risco do desenvolvimento de doenças (diabetes, pressão alta, cardiopatias), previne depressão, crises de ansiedade e estresse através da regulação dos neurotransmissores: dopamina, serotonina e norepinefrina – substâncias que proporcionam sensação de bem-estar e satisfação.
Saúde mental: Sentir-se bem, feliz, confortável com o corpo é essencial. Mas e quando isso não acontece? A baixa autoestima soma-se ao estigma de descuido que o obeso recebe da sociedade, por olhares discretos ou comentários maldosos. É como se o excesso de peso implicasse em características negativas de convívio, tornando-se uma desculpa para piadas. Neste momento é primordial fortalecer a confiança, saúde física e mental. Como? Preservando os amigos, mantendo relações saudáveis, conviver a família, trabalhar com que gosta. Ao cuidarmos da alimentação, corpo e mente, os benefícios são uma certeza!
Custo público: O gasto público com a saúde no mundo têm se elevado. Na maioria dos países, o custo do tratamento é SUPERIOR ao investido em prevenção. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que os gastos individuais de mulheres e homens obesos é nove e seis vezes maior, respectivamente. Além dos gastos públicos para tratamento da doença: exames, consultas médicas, internações hospitalares e medicamentos, há também os relacionados ao emprego: faltas e incapacitação.
A mudança é possível, sempre! Basta querer e procurar profissionais habilitados que possam lhe orientar da melhor maneira. Porque a vontade de mudar é o primeiro e mais importante passo.
Fonte: Meu Nutricionista
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