Uma dieta que inclui alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, frequente nos países ocidentais e apelidada por cientistas de "dieta da lanchonete", é uma "bomba-relógio" para acelerar problemas de saúde como o acidente vascular cerebral (AVC), indica um novo estudo que deve ser apresentado no dia 1º de outubro no Congresso Canadense de AVC, na cidade de Calgary.
Segundo os pesquisadores, esse tipo de alimentação desequilibrada, com alto teor calórico, acaba levando a mortes precoces e a um maior risco de sintomas da chamada síndrome metabólica – uma combinação de obesidade, hipertensão e altos níveis de colesterol, triglicérides e glicose no sangue.
Esses sinais foram observados em ratos em apenas dois meses de dieta "pesada". Na época do trabalho, quando os roedores começaram a ficar doentes, eles tinham o equivalente a uma idade humana entre 16 e 22 anos.
Os cientistas deram, às cobaias sedentárias, acesso ilimitado a alimentos nutritivos e também a "besteiras", como biscoitos, cupcakes e salsichas. Os animais também tiveram à disposição água e uma solução com 30% de sacarose, que imitava refrigerantes e outras bebidas adoçadas. Assim como os humanos, os bichos preferiram consumir as guloseimas.
Na opinião do principal autor, Dale Corbett, da Fundação do Coração e AVC do Canadá, em breve se deve começar a ver pessoas com 30 ou 40 anos sofrendo derrame cerebral, por causa dessa dieta recheada de "porcarias", ou "junk food".
O pesquisador destaca a importância dos exercícios físicos regulares e uma dieta equilibrada para prevenir a síndrome metabólica, mas diz que ainda não se tem certeza se a doença pode ser revertida quando já está instalada.
O co-presidente do congresso Mark Bayley disse que a população mundial não pode mais se dar ao luxo de fazer más escolhas nutricionais, pois isso está causando muitas mortes. E as consequências para o homem devem ser ainda piores do que para os animais testados – geralmente jovens e saudáveis –, pois muitas pessoas que sofrem AVC já têm problemas de saúde preexistentes.
Fonte: Instituto de Nutrição Geralda Rodrigues
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