Que beber água é importante para manter uma pele bonita e bem hidratada (apesar de estudos de revisão recentes não ter encontrado nenhuma prova dessa associação), acho que a maioria da população feminina já sabe. Mas, será que o alimento que colocamos no nosso prato também pode interferir na hidratação da pele? A resposta é SIM!
Para que a nossa pele fique bem hidratada é importante manter a hidratação na camada mais superficial da epiderme, e a nutrição pode contribuir diretamente para que isto ocorra através de nutrientes como aminoácidos, ácidos graxos, antioxidantes e outros.
Vamos conhecer alguns nutrientes e fitoterápicos envolvidos na hidratação da pele:
- Aminoácidos: importante para a hidratação da pele tendo em vista que aproximadamente metade do Fatores de Hidratação Natural da Pele (NMF – do inglês natural moisturizing factors), são 40% de aminoácidos livres. O NMF é formado basicamente por moléculas hidroscópicas que se ligam a água e evitam a sua evaporação.
- Colágeno hidrolisado: além de atuar melhorando a composição da pele por estimular a síntese endógena de colágeno e por suas propriedades antioxidantes, Sumida e cols. (2004) realizaram um estudo com mulheres orientais com demonstrou uma melhora, apesar de não significativa, da hidratação da pele com o uso de 10g de colágeno hidrolisado associado a 0,4g de vitamina C. Lembro que para ser formado o colágeno precisa de nutrientes como a vitamina C, oxigênio e ferro como cofatores para as enzimas.
- Ácidos Graxos: a membrana celular possui em sua composição ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs, do inglês polyunsaturated fatty acid) ômega 6 e ômega 3 (EPA e DHA), dando à membrana fluidez e viscosidade, permitindo uma melhor troca de várias substâncias entre os meios. Assim, a deficiência de ômega 6 já está bem relacionada com a descamação e a perda excessiva de água na epiderme, porém em excesso podem trazer danos à pele, já que aumentam o processo inflamatório, o qual pode ser balanceado com o uso de ômega 3. Por isso é importante manter um bom balanço na ingestão de ômega 6 e ômega 3, buscando ter na alimentação uma proporção de 1:1 a 2:1, ou seja, para cada 1 a 2 “partes” de ômega 6, devo ter na minha alimentação 1 “parte” de ômega 3.
- Óleo de Prímula: possui em sua composição o ácido gamalinolênico (GLA) que faz parte da família do ômega 6 e é bastante utilizando na dermatologia. Atua diminuindo a perda de água na epiderme e melhorando as funções elásticas da pele. Também é utilizado para tratar doenças inflamatórias da pele como eczema tópico, psoríase e pele xerótica.
- Luteína e Zeaxantina: são encontrados na pele e na mácula lútea (parte do olho que onde a luz é focalizada pela lente) e quando administrados em associação com outros carotenóides e antioxidantes atuam diminuindo os efeitos danosos dos radicais livres, resultando em melhorias na densidade, hidratação e elasticidade da pele (auxiliando na prevenção de envelhecimento precoce), além de ter ação fotoprotetora. Luteína e Zeaxantina são dois carotenóides encontrados em produtos vegetais como: folhosos verde escuros, frutas e outros vegetais mais coloridos. Repolho, agrião e espinafre são boas fontes de luteína, enquanto milho e pimentão amarelho são boas fontes de zeaxantina.
- Panax ginseng: um estudo utilizando 0,5% de ginseng vermelho em camundongos sem pêlo demonstrou proteção da pele contra os raios ultravioletas contra o ressecamento da pele por conta do acúmulo de ceramida decorrente do aumento de serina palmitoiltransferase (SPT), principal enzima envolvida na síntese de ceramidas.
O aprofundamento científico sobre os mecanismos ligados à hidratação da pele, bem como os mecanismos que a alteram, é importante para relacionar a ação dos nutrientes e fitoterápicos nos fatores de hidratação natural da pele e no manto hidrolipídico (evita a perda de NMF e favorece a retenção de água na pele). Mas lembre-se, para uma alimentação balanceada é importante o acompanhamento de um nutricionista, e para a prescrição de fitoterápicos é preciso que o profissional seja CAPACITADO em fitoterapia, pois apesar de ser compostos de planta, estes também podem ter ação tóxica. Afinal de contas, a diferença entre medicamento e veneno é a dose. Sendo assim, este texto não exclui a importância de um profissional CAPACITADO!
Fonte: A Nutricionista
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