As mulheres maduras que desejam evitar o ganho de peso – e isso não é pouca coisa para quem já entrou na menopausa– devem considerar quatro comportamentos aliementares específicos, aponta uma recente pesquisa.
“Perder peso e manter o que foi eliminado é extremamente difícil”, explica Bethany Barone Gibbs, professora-assistente de Educação Física e Saúde da Universidade de Pittsburgh (EUA).
Ela analisou mudanças de curto e longo prazo feitas por cerca de 500 mulheres com sobrepeso ou obesas, todas com 50 anos ou mais, e identificou hábitos alimentares específicos relacionados à perda de peso e à manutenção do padrão para a idade, ou seja, o ganho de peso.
No longo prazo, aquelas que diminuíram a quantidade de sobremesas, bebidas doces, queijos e carnes (elas foram agrupadas), e aumentaram o consumo de frutas e vegetais se saíram melhor. O estudo foi publicado na edição de setembro do Jornal da Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos.
Barone Gibbs observou as mulheres em dois momentos: aos seis meses e aos quatro anos de pesquisa. Curiosamente, na marca dos seis meses as alterações de comportamento ligadas a alterações no peso corporal não foram mesmas relacionadas com o controle do peso na marca dos quatro anos.
Nos seis meses, consumir menos sobremesas, frituras e bebidas açucaradas, comer menos fora de casa e aumentar o consumo de peixes culminou na perda de mais peso. No entanto, na marca dos quatro anos, nem todos esses comportamentos permaneciam ligados à perda de peso.
A descoberta sugere que alguns hábitos não são normalmente mantidos em longo prazo, diz a pesquisadora. Por exemplo, a ligação entre a redução frituras e controle de peso caiu por terra na marca dos quatro anos. Em longo prazo, as mulheres que comiam mais frutas e verduras e menos carnes e queijos eram mais propensas a manter a perda de peso.
“Se você aumentou o consumo de frutas e vegetais em duas porções diárias [além do que já comia antes], isso foi associado a uma perda 3kg ao final de quatro anos”, afirma a pesquisadora. O mesmo ocorreu com as que diminuíram o consumo de bebidas doces em 450ml por dia.
As estratégias que funcionaram na marca de quatro anos parecem interessantes de adotar, se o desejo é perder peso e manter o que foi reduzido, diz Barone Gibbs. Ela extraiu os dados de um estudo anterior sobre mulheres, atividade e nutrição. No trabalho original, os pesquisadores avaliaram como intervenções no estilo de vida afetavam a saúde do coração. Barone Gibbs pegou a informação recolhida e determinou quais hábitos alimentares estavam relacionados com mais perda de peso.
No estudo anterior, 481 mulheres foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos: mudança hábitos e educação para a saúde. As do primeiro se reuniram com especialistas ao longo de toda a pesquisa e focaram em seguir hábitos saudáveis, como aumentar o consumo de frutas e verduras. Os segundo grupo participou de seminários sobre saúde da mulher, mas não teve orientações sobre como perder peso. Barone Gibbs encontrou uma associação entre os hábitos alimentares e o controle de peso, mas a pesquisa não comprovou causa e efeito.
Mais de um terço dos americanos são obesos, de acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Entre as mulheres mais velhas, o declínio natural na produção de energia – ou seja, muitas se torname sedentárias – poderia tornar a perda de peso mais difícil em longo prazo, aponta Barone Gibbs.
Algumas mulheres mais velhas culpam o ganho de peso a um metabolismo mais lento, mas o processo é bem mais complicado do que isso. Conforme as pessoas envelhecem, a massa muscular diminui e a quantidade de gordura corporal aumenta, fazendo com que o corpo queime menos calorias.
Em última análise, não é a velocidade do metabolismo que determina o aumento de peso, dizem os especialistas, mas a quantidade de calorias ingerida e o total de calorias gastas – o quanto de atividade física você faz.
“Este estudo fornece dicas de porque mudanças nos hábitos alimentares precisam ser fácies de manter para que a perda de peso seja sustentável”, afirma Connie Diekman, diretora da Faculdade de Nutriçao da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA).
* Por Kathleen Doheny
Fonte: Instituto de Nutrição Geralda Rodrigues
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