Nutrição é um processo biológico em que o homem, utilizando-se de alimentos, assimila nutrientes para a realização de suas funções vitais.
Quando ele não sabe bem como fazer isso, é ao nutricionisca que ele recorre.
É importante salientar que o Blog visa como caráter informativo e que para um tratamento adequado, é preciso consultar um nutricionista para um tratamento personalizado.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Comer com pressa pode fazer muito mal


Almoçar com pressa pode trazer diversos malefícios ao corpo humano. A mastigação inadequada, consequência do hábito, causa má digestão. Quem não se alimenta com calma, não mastiga o tanto necessário para que o alimento atinja a textura adequada. A chegada de alimentos não processados pela mastigação torna a digestão mais lenta, pois retarda o esvaziamento do estômago. O resultado é mal-estar após a refeição, sono e a sensação de estar “empanzinado” após o almoço.

Mastigar bem também garante a absorção de nutrientes. Quando os alimentos chegam ao intestino maior do que deveriam, a superfície de contato das moléculas diminui, o que retarda as reações químicas. “Para o organismo absorver os nutrientes, as partículas têm de estar diminuídas. Pedaços de alimento grandes não são absorvidos”, explica Simone Rocha, presidente da Associação de Nutricionistas do Distrito Federal. Além de prejudicial à nutrição, pedações de alimentos podem entrar na mucosa intestinal e causar irritações no órgão.

Para quem já sofre com enfermidades no aparelho digestivo, comer rápido é especialmente prejudicial. O gastroenterologista Columbano Junqueira, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia, explica que, se o paciente já produz ácido em excesso, o alimento mal digerido favorece a produção em excesso de acidez, dando origem a doenças ligadas à hiperacidez, como a gastrite erosiva e a úlcera péptica.

O refluxo também pode ser consequência do mau hábito. Nesse caso, o problema é causado pela fermentação no estômago, provocado pelo fato de o órgão estar cheio de alimento. O ácido, ao passar pelo esôfago, queima o órgão e causa esofagite. O médico alerta ainda que comer errado prejudica os que têm alterações motoras no aparelho digestivo que dificultam a peristalse — movimento que empurra o alimento ao longo do tubo digestório. Se elas engolirem a comida mal mastigada, ela não consegue chegar ao estômago.

Para uma boa digestão

Evite ingerir líquidos durante a refeição. Eles dificultam a digestão por distender o estômago e retardar a ação de enzimas digestivas.
Evite conversar em excesso ao se alimentar. O hábito faz com que a pessoa engula ar, o que distende o estômago e causa refluxo.
Hortelã pode ajudar na digestão. A dica é adicioná-lo na salada ou comer com alimentos crus, como o quibe cru.
A digestão após refeições pesadas, como churrasco, é mais lenta devido à quantidade de proteína e gordura das carnes. Coma frutas cítricas, como uma rodela de abacaxi, após a refeição. Caso a pessoa sinta dificuldades de digestão após se alimentar, chá de hortelã e alecrim facilitam o processo.

Risco de diabetes 

O hábito de fazer refeições rapidamente também pode aumentar as chances de desenvolver o diabetes tipo 2. De acordo com estudo apresentado no Congresso Internacional de Endocrinologia pela Universidade Lituana de Ciências da Saúde, a doença tem incidência 2,5 vezes maior nas pessoas que comem rápido. 

Para a endocrinologista Monalisa Azevedo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o resultado pode ser explicado pela obesidade e por um possível desequilíbrio hormonal, causado pela pressa na hora das refeições. “Se a pessoa come rápido tem tendência à obesidade, fator que predispõe o surgimento do diabetes tipo 2. Além disso, o próprio trato digestivo produz diversos hormônios que interferem na secreção da insulina pelo pâncreas. Se a digestão é muito rápida, é possível que a liberação desses hormônios esteja desregulada”, explica.

Um passo para obesidade

A pressa também pode resultar em quilos a mais. Para a endocrinologista Monalisa Azevedo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o principal malefício de comer rápido é a obesidade, por alterar a sensação de saciedade. Próximo ao horário de se alimentar, os níveis dos hormônios da fome estão altos e os da saciedade baixos.

Quando a pessoa começa a mastigar, uma mensagem é enviada ao cérebro para que sejam liberados os hormônios da saciedade, o que demora cerca de 20 minutos. Quem come em menos tempo, não permite que o processo se complete. “A sensação de saciedade acontece à medida que o alimento vai chegando ao estômago. Se a pessoa come muito rápido, a sensação de saciedade demora mais, então ela i ngere mais alimentos do que precisa”, explica.

Simone Rocha, presidente da Associação de Nutricionistas do Distrito Federal, acrescenta que restaurantes de comida rápida induzem a comer em excesso. “O ambiente é excitante, motiva as pessoas a darem grandes mordidas e a comer rapidamente, consequentemente, se come mais. Se a pessoa comesse devagar, mastigando bem, não conseguiria comer tudo”, explica. 

A nutricionista também alerta que muitas vezes o hábito é acompanhado de outros fatores que prejudicam a digestão, como ingerir grande quantidade de líquido e conversar em excesso.Preparar-se para a refeição facilita na hora de digerir o alimento. De acordo com Junqueira, a digestão se inicia antes da primeira garfada. “Começa no olfato e na visão. Quando você pensa em almoçar, já produz secreções no estômago para receber a comida”, explica. A recomendação é escolher ambientes tranquilos, ter uma mastigação adequada, prezar pela saúde bucal e pela qualidade nutricional dos alimentos. “Nós temos que aprender a comer. Qualidade de vida alimentar é uma coisa básica. Você não pode separar qualidade alimentar de qualidade de vida”, alerta o médico.

Refeição em casa

Almoçar em casa é um hábito difícil para muitos. Morar longe do emprego e trânsito intenso fazem com que as pessoas optem por comer no local de trabalho ou próximo a ele. Carlyle Vilarinho, 54 anos, consegue ter uma rotina mais tranquila. O emprego com horário de almoço das 12h às 14h e a proximidade de sua casa facilitam a pausa no meio do dia. Para ele, o ganho está na tranquilidade durante a refeição e na qualidade do alimento. “O meu dia rende mais. O meu humor é muito melhor quando eu vou à minha casa e como a comida e os temperos que eu escolhi”, afirma.

O economista sempre teve o hábito de comer em casa. Durante a infância, em Ituiutaba, no interior de Minas Gerais, Vilarinho se lembra que o pai ia em casa almoçar com a família. “Eram todos à mesa almoçando tranquilamente. Havia uma quebra no dia. Às vezes, ele tirava uma soneca e depois voltava para suas atividades”, conta.
Em casa, a preferência é por produtos sem agrotóxicos, não geneticamente modificados nem industrializados, de produção local e da estação. A escolha reflete os princípios do movimento Slow Food, do qual faz parte. Para Carlyle, comer com frequência em restaurantes induz a uma refeição desequilibrada. Ele afirma que a tendência é comer em excesso e deixar de lado hábitos que preza, como comer a salada antes da refeição.

Fonte: Instituto de Nutrição Geralda Rodrigues

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