A água é um líquido essencial para a vida e corresponde, em média, a 60% do peso dos indivíduos, podendo variar de 45% a 75%, de acordo com sexo, idade, composição corporal, entre outros fatores. Cerca de 70% e 75% da massa magra dos adultos é composta de água, enquanto no tecido adiposo este valor varia de 10% a 40%.
Todos os sistemas e órgãos do corpo utilizam a água, tendo papel fundamental na regulação de funções vitais do organismo. A água está envolvida na termorregulação corporal, no transporte de nutrientes, na eliminação de metabólitos ou substâncias tóxicas, nos processos: digestivo, respiratório, cardiovascular e renal.
Algumas pesquisas têm demonstrado a existência de uma relação entre o consumo de água e a diminuição do risco de desenvolvimento de algumas doenças. Um exemplo disso é a relação do consumo de água e formação de cálculos renais. A elevada ingestão de água tem sido inversamente associada ao desenvolvimento e à reincidência de cálculos renais. Tal fato é observado devido ao aumento do volume urinário, que reduz o grau de saturação dos sais de cálcio, oxalato, fósforo e ácido úrico na urina, dificultando a formação de cálculos.
A perda de água no organismo ocorre de diversas formas, sendo uma delas através da respiração, que se encontra elevada em situações como prática de atividade física, hipóxia (baixa oxigenação nos tecidos), altitudes elevadas (cerca de 200 ml a mais do que o habitual) e exposição ao frio.
Em baixas temperaturas ocorre perda significativa de água não somente por meio da respiração, mas ainda por conta do aumento do metabolismo energético, do uso de roupas pesadas e do aumento da diurese.
Em contrapartida, quando os indivíduos estão expostos ao calor, ocorre um aumento da sudorese que, ao evaporar, auxilia no esfriamento da temperatura corporal, O uso de roupas pesadas, a prática de atividade física e a baixa umidade do ar cooperam para o aumento da perda de água pelo suor em altas temperaturas.
Fatores dietéticos como o consumo de fibras e de proteínas também pode alterar a necessidade hídrica diária. As fibras aumentam a quantidade de água excretada com as fezes, e a uréia produzida pelo metabolismo das proteínas necessita de água para ser excretada pelos rins.
A variação de 1% no grau de hidratação é suficiente para provocar sintomas de desidratação como: náuseas e tontura. Alguns sintomas, como queda de pressão sanguínea e taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) são devidos à redução do volume intravascular, outros, cmo: confusão, fraqueza muscular e falência renal estão relacionados ao comprometimento do status funcional do organismo.
Considerando-se o consumo adulto, os líquidos, incluindo água e outras bebidas, são responsáveis por cerca de 81% do total de ingestão de água (aproximadamente 2 -3 litros por dia), e os 19% restantes são provenientes da água dos alimentos (aproximadamente 700 ml por dia).
O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda o consumo de no mínimo 2 litros de água por dia, preferencialmente entre as refeições, onde esta quantidade pode variar de acordo com a atividade física e com a temperatura do ambiente.
Os idosos, que possuem o mecanismo de controle de sede menos eficiente, e as crianças são grupos que requerem especial atenção quanto ao consumo de água, devendo ser estimulados a ingerir este líquido.
Uma vez que o consumo de água em excesso é facilmente excretado, não há uma recomendação de nível de ingestão máxima diária, devendo apenas reservar-se o cuidado de não consumir o líquido com muita rapidez ou em grandes quantidades para não exceder a taxa de excreção máxima dos rins, que é de cerca de 0,7 a 1 litro/hora para adultos.
Fonte: Revista Saúde & Nutrição
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