Os países em desenvolvimento, como o Brasil, apresentam aumento da incidência de mortes por doenças cardiovasculares, principalmente em mulheres e na faixa etária a partir dos 50 anos de idade. No Brasil, estudos indicam que as mortes por doenças circulatórias já se apresentam em declínio, mas ainda consistemana maior causa de morte da população.
Os principais fatores de risco identificados nos países em desenvolvimento variam com a população estudada em função de características genéticas e diferenças ambientais. Entretanto, invariavelmente, a anormalidade do perfil lipídico, averiguada por aumento da relação apolipoptroteína B/apolipoproteína A; o fumo, a elevação da pressão, elevação da glicemia e do acúmulo na região abdominal de gordura, o sedentarismo, a redução do consumo de vegetais e de frutas e o aumento da ingestão de álcool são os fatores que em todo o mundo têm sido apontados como principais causadores de infarto agudo do miocárdio em ambos os sexos e em todas as idades. Desta forma, a abordagem para a prevenção desses eventos é factível, pois envolve apenas fatores modificáveis pelo estilo de vida.
Entre os diversos fatores, as dislipidemias, caracterizadas por alteração no metabolismo lipídico, resultando na elevação de colesterol e/ou triglicérides, assumem um importante papel no desencadeamento da gênese da aterosclerose e das doenças cardiovasculares.
A dieta nos países ocidentais fornece entre 30 e 40% das calorias na forma de gordura (basicamente triglicérides) e, aproximadamente, 300mg de colesterol, dos quais 50% são absorvidos. Os triglicérides alimentares, juntamente com o colesterol, são absorvidos através dos quilomícrons, partículas formadas exclusivamente nas membranas intracelulares do enterócito, no duodeno e jejuno.
A elevação dos triglicérides e do colesterol plasmáticos são os fatores de risco de maior importância para as doenças cardiovasculares, pois desencadeiam processos ateroscleróticos. A elevação variada das concentrações plasmáticas de lipídeos e de lipoproteínas caracteriza as diversas dislipidemias, que podem ser classificadas em:
- hipercolesterolemia isolada: elevação do colesterol total e/ou do LDL;
- hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos triglicerídeos;
- hiperlipidemia mista: elevação combinada do colesterol e dos triglicerideos;
- diminuição da HDL: redução isolada ou associada ao aumento dos troglicerideos ou da LDL.
Aspectos nutricionais associados às dislipidemias
Há muito tempo já se conhece os efeitos do consumo de determinados nutrientes sobre os lipídios plasmáticos. Estudos epidemiológicos normalmente identificam as relações entre o consumo elevado de alimentos, como exemplos a soja, azeite, vinho e os peixes como fatores de proteção, ou também, o consumo elevado de gorduras ou de calorias como fatores que elevam os riscos de doenças do coração.
Para o controle dos lipídeos e na prevenção de doenças cardiovasculares, priorizando a adoção de dieta, um estilo de vida saudável e o emagrecimento ou a manutenção do peso adequado.
Roberta Escolástico
Nutricionista
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