Hoje em dia já sabe-se que a partir dos 3 anos, o excesso de peso torna-se definitivamente determinante da obesidade futura. Se a criança é obesa aos 6 anos de idade, ela apresenta 50% de chance de se tornar um adulto obeso. Já na adolescência, a chance é de 70 a 80%.
As crianças obesas são mais altas, apresentam idade óssea avançada e maturação sexual antecipada, em comparação com as crianças não obesas. O excesso de adiposidade está também associado a alteração dos fatores de risco para doenças cardiovasculares como colesterol total, LDL, triglicerídeo, pressão arterial e glicemia. Essa condição aumenta o risco de aterosclerose na vida adulta, ou até mesmo na adolescência. O excesso de peso também está associado a alterações na função pulmonar podendo causar inclusive a apnéia do sono. É frequente a presença de alterações dermatológicas como estrias, infecções fúngicas (principalmente na região das dobras e acanthosis nigricans – escurecimento e espessamento da pele na região do pescoço e das axilas). A acanthosis nigricans está associado com intolerância à glicose promovida pela insulinemia causando muitas vezes constrangimento à criança e a família, pois parece acúmulo de sujeira. O fígado também sofre com a obesidade, com elevação das enzimas hepática e até esteatose (acúmulo de gordura no figado).
Nessa faixa etária, a obesidade também provoca alterações posturais e funcionais que acabam causando complicações ortopédicas pela sobrecarga, como joelhos valgos e deformidades na coluna vertebral.
Se o principal local de deposição de gordura for a área abdominal, certamente ocorrerão alterações no perfil lipídico, aumento da pressão arterial e hiperinsulinemia, considerados fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes e doenças cardiovasculares. O conjunto dessas alterações está descrito como síndrome metabólica e é cada vez mais frequente na infância e na adolescência.
Outro problema importante a ser considerado é o impacto que o excesso de peso promove no equilíbrio emocional de crianças e adolescentes. Existe preconceito contra pessoas obesas, que culturalmente são consideradas responsáveis por essa condição, por serem fracas e não terem força de vontade. A criança passa a não querer frequentar a escola, não ter amigos e se isola cada vez mais em casa.
Enfim, a prevenção da obesidade inicia-se assim que a criança completa 6 meses de idade e começam-se a introduzir os alimentos. Deve-se nessa fase oferecer alimentos naturais e saudáveis evitando o excesso de industrializados, como as papinhas prontas, não achar que a criança não gosta de um determinado alimento na primeira recusa, não criar na criança os hábitos da mãe (automaticamente a mãe não oferece à criança alimentos que ela não gosta), estimular as refeições à mesa, com a família, em horários regulares e não levar para casa alimentos “ruins” como biscoitos recheados, salgadinhos, frituras, refrigerantes… Afinal, quem vai ao supermercado são pais, portanto eles são os responsáveis pelo que a criança ingere. Estimular brincadeiras que façam a criança se movimentar, evitando excesso de eletrônicos como videogames, computadores, celular, que só estimulam o sedentarismo. E é a partir dessa idade que a família deve procurar a orientação de um nutricionista para dar as orientações necessárias de um cardápio equilibrado e evitar possíveis danos futuros a essas crianças.
Fonte: A Nutricionista
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