A Caralluma fimbriata é um cacto comestível utilizado pelos povos tribais da Ìndia e Paquistão para suprimir a fome e aumentar o rendimento há milênios. Ela também é encontrada na África, Espanha e Arábia Saudita. Esses povos acreditam que a planta é capaz de curar diabetes e impedir o acúmulo de gordura.
Na verdade a maioria dos estudos com Caralluma utiliza várias espécies, não sendo a Caralluma fimbriata a principal, como pensaríamos, já que a planta está na moda no Brasil atualmente. Estes estudos pesquisaram os vários efeitos da planta, não necessariamente relacionados com o peso corporal ou apetite.
Estudos mostram atividade anti-inflamatória e anti-tumoral significativa. Já outros autores mostraram atividades supressoras de tumor (anti-câncer) e contra úlcera de estômago. A espécie C. tuberculata tem sido extensamente utilizada para amenizar a febre e também contra dores articulares. O extrato deC. arabica foi utilizado para se avaliar a atividade contra dores musculares em ratos inflamados e como resultado obteve-se real significancia, o que confirma o uso comum da planta para o tratamento da dor e das condições inflamatórias.
Um dos poucos estudos feito com humanos e a Caralluma foi de 2006, que avaliou indivíduos com sobrepeso que foram divididos em dois grupos: os que ingeriram extrato de Caralluma fimbriata por 2 meses e aqueles que ingeriram um placebo. Depois de 30 e 60 dias de intervenção fizeram-se testes de glicose e lipídeos sanguíneos, antropometria, medição da ingestão alimentar e avaliação do apetite. Como resultados, os autores encontraram declínio significante na medida da circunferência da cintura quando comparados com o grupo placebo. O que nem todo mundo diz quando cita esse famoso estudo é que apesar da tendência a diminuição, os autores não consideraram significante a diferença de peso corporal antes e depois do uso da planta, IMC (índice de massa corporal), gordura corporal e ingestão de energia. Caralluma parece apenas suprimir apetite e reduzir a circunferência da cintura quando comparado com placebo, fatos que podem auxiliar na perda de peso corporal mas não são determinantes.
Um pouco antes de 2006, mais exatamente em 2004, uma pesquisa feita pelo Western Geriatric Research Institute em Los Angeles (duplo-cego, placebo, controlado) com 26 pessoas consumindo Caralluma todo dia por um mês, e observou-se após o período uma perda de peso.
Esses dois estudos feitos com humanos e com resultados relativamente bons devem ser vistos com cautela já que os grupos de voluntários eram pequenos (50 e 26 pessoas, respectivamente).
Quanto a toxicidade e seus efeitos negativos, os poucos estudos existentes são feitos com ratos que recebem altas doses e os resultados não mostram qualquer alteração nos animais. Não existem estudos de toxicidade realizados com humanos, mas algumas péginas da internet reforçam que a planta é um meio natural e inócuo de perder peso, e que é utilizada há anos (não produzindo efeitos negativos). Porém, o que nós utilizamos aqui no Brasil é o extrato e não a planta in natura.
Sendo assim, devemos ter cuidados ao utilizar o extrato da planta, lembrando que são necessários mais estudos a longo prazo, feitos com um número grande de pessoas, com extratos padronizados de Caralluma fimbriata e o principal: milagres para a perda de peso devem ser vistos com cautela e a mudança alimentar continua sendo o foco de quem quer perder peso e manter o peso, e esta mudança deve ser orientada por um nutricionista. Além disso o uso da planta é terminantemente proibido para crianças, adolescentes, mulheres grávidas e idosos. Se houver o consumo de fitoterápicos manipulado, que seja na quantidade correta recomendada por seu médico ou nutricionista. Também vale ressaltar que o uso da caralluma é permitido somente na forma de extrato seco. A única forma autorizada do produto é a manipulada, que só pode ser vendida por farmácias registradas na vigilância sanitária e com prescrição de um profissional habilitado.
Fonte: A Nutricionista
Nenhum comentário:
Postar um comentário