Nutrição é um processo biológico em que o homem, utilizando-se de alimentos, assimila nutrientes para a realização de suas funções vitais.
Quando ele não sabe bem como fazer isso, é ao nutricionisca que ele recorre.
É importante salientar que o Blog visa como caráter informativo e que para um tratamento adequado, é preciso consultar um nutricionista para um tratamento personalizado.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Entenda melhor a relação entre a dieta e o fígado



O que a nutrição tem a ver com o fígado?

Nutrição e fígado estão inter-relacionados de diversas formas. Algumas funções são bem conhecidas, mas outras não. Na medida em que tudo que comemos, respiramos e absorvemos pela pele deve ser “refinado e desintoxicado” pelo fígado, especial atenção à nutrição e à dieta podem ajudar a manter o fígado sadio. Em algumas doenças hepáticas em especial, a nutrição torna-se um fator consideravelmente mais importante. 

Por que o fígado é importante?

O fígado é o maior órgão do corpo e tem um papel vital, realizando diversas funções complexas que são essenciais à vida. Seu fígado funciona como uma fonte interna de energia química para seu corpo. Mesmo ainda havendo diversas coisas que não entendemos sobre o fígado, temos certeza de que é impossível viver sem ele e que a saúde do fígado é um fator da maior importância na qualidade de vida das pessoas.

Algumas funções importantes do fígado são:

• Converter a comida que ingerimos em energia armazenada e substâncias químicas necessárias à vida e ao crescimento.


• Agir como um filtro para remover álcool e substâncias tóxicas do sangue, convertendo-as em substâncias que possam ser excretadas do corpo.


• Processar drogas e medicamentos absorvidos pelo sistema digestivo, permitindo que o organismo as utilize de forma efetiva e, finalmente, livre-se delas.


• Fabricar e distribuir substâncias químicas importantes para o organismo. Uma delas é a bile, uma substância de cor amarelo-ouro esverdeada, essencial para a digestão de gordura no intestino delgado.

Por que o fígado é tão importante na nutrição?

85 a 90% do sangue que deixa o estômago e o intestino carrega para o fígado importantes nutrientes, que são lá convertidos em substâncias úteis para o corpo.

O fígado realiza muitas atividades metabólicas únicas e de extrema importância, processando carboidratos, proteínas, gorduras e minerais, para serem utilizados na manutenção das funções normais do corpo.

Carboidratos, ou açúcares, são estocados no fígado na forma de glicogênio e são liberados na forma de energia entre as refeições ou ainda quando a demanda de energia pelo corpo é alta. Assim, o fígado ajuda a regular o nível de açúcar do sangue e a prevenir a chamada hipoglicemia (pouco açúcar no sangue). Isso nos permite manter um nível constante de energia ao longo do dia. Sem isso, nós precisaríamos comer constantemente para manter nossa energia.

Proteínas chegam ao fígado na sua forma mais simples, chamada aminoácidos. Lá, ou são liberadas nos músculos como energia, armazenadas para uso posterior, ou convertidas em uréia para ser excretada pela urina. Algumas proteínas são convertidas em amônia, um produto metabólico tóxico, por bactérias no intestino ou durante a quebra das proteínas do corpo. A amônia deve ser quebrada pelo fígado e transformada em uréia, que será então excretada pelos rins. O fígado também tem a habilidade única de converter certos aminoácidos em açúcar, se for necessária energia rapidamente.

Gorduras não podem ser digeridas sem bile, que é feita no fígado, armazenada na vesícula e liberada conforme é necessária no intestino delgado. A bile (especificamente os ácidos biliares) age como se fosse um detergente, separando a gordura em pequenos pedaços para que estes possam receber a ação das enzimas digestivas do intestino e serem absorvidos. A bile é também essencial para a absorção das vitaminas A, D, E e K, que são as vitaminas solúveis em gordura. Após a digestão, os ácidos biliares são reabsorvidos pelo intestino, retornando ao fígado e sendo reciclados como bile novamente.

Pode a má-nutrição causar doença no fígado?

Há vários tipos de doenças do fígado, e a causa de muitas delas é desconhecida. Desnutrição não é em geral uma causa, exceto no caso de alcoolismo em populações famintas, por exemplo de áreas desprovidas de alimentos. É sempre muito mais provável entender a má nutrição como conseqüência e não como causa de uma doença do fígado.
Por outro lado, uma nutrição balanceada com aporte adequado de calorias, proteínas, gorduras e carboidratos pode, de fato, auxiliar na regeneração das células hepáticas. Em algumas doenças a nutrição torna-se parte essencial do tratamento. Pacientes em geral são insistentemente recomendados a não consumir “super-vitaminas” ou produtos nutricionais comprados por catálogo ou em lojas especializadas sem antes consultar um médico.

Como o fígado afeta a nutrição?

Muitas doenças hepáticas crônicas estão associadas a má nutrição. Cirrose refere-se a substituição do tecido hepático lesado por tecido cicatricial, o que ocasiona a perda pelo fígado de parte de sua capacidade funcional. A cirrose pode ocorrer por diversas causas ou como resultado final de várias doenças hepáticas, que serão discutidas em detalhes em outros tópicos.
Pessoas com cirrose podem, freqüentemente, apresentar perda do apetite, náusea, vômitos e perda de peso. Dieta tão somente não é capaz de promover o desenvolvimento de uma doença hepática. Pessoas bem nutridas, por exemplo, mas que ingerem grande quantidade de álcool, também são suscetíveis a doença hepática alcoólica.


Adultos com cirrose requerem uma dieta balanceada inicialmente rica em proteínas, com oferta de 2.000 a 3.000 calorias ao dia para permitir a regeneração das células hepáticas. Entretanto, proteína em excesso pode resultar no aumento da concentração de amônia no sangue; pouca proteína pode reduzir a capacidade de cicatrização do fígado. A quantidade-limite para cada pessoa com cirrose é determinada de forma personalizada. Além disso, certos medicamentos (lactulose, lactitol, neomicina, metronidazol, etc.) podem ser utilizados para controlar as conseqüências de tais níveis elevados de amônia.

Em diversas doenças do fígado, pode ser necessário controlar a ingestão de gorduras saturadas (presentes principalmente na gordura de origem animal) para evitar o depósito gorduroso nesse órgão. De qualquer forma, as diversas doenças devem ser tratadas individualmente.

Alimentos em geral desaconselhados

- Leite integral, tipo A ou B, queijos amarelos, requeijão 
- Chocolate, doces que contenham banha, biscoitos amanteigados, tortas, pastelaria, doces folhados 
- Banha de porco, gordura animal 
- Carnes gordas, lingüiça, paio, salsicha, pele de aves, galinha cozida, carne de porco, pato, ganso, costeleta, mocotó, caldo de carne 
- Lanches 
- Atum, salmão, sardinha enlatados 
- Mortadela, presunto, salame, copa, lombinho 
- Sopas prontas 
- Frituras, gratinados, preparações sauté 
- Manteiga, maionese 
- Frutas oleaginosas, como nozes, castanhas, amêndoas, amendoim 
- Miúdos (fígado, rim, coração, moela) 
- Bebidas alcoólicas

Alimentos permitidos "sempre"

- Leite desnatado, café, chá, suco de frutas 
- Pão dietético, integral, de glúten, bolacha água e sal, torrada, bolachas maria e maizena 
- Arroz, grãos integrais, macarrão 
- Queijo fresco magro, cottage ou ricota, iogurte e coalhada desnatados 
- Gelatina, frutas, sorvete de frutas sem leite 
- Açúcar, mel, marmelada, goiabada, doces em calda 
- Carnes magras, peixes, aves (ensopados, cozidos ou refogados em pouco óleo vegetal) 
- Ovos cozidos, poché (1 vez por semana) 
- Pudim, merengue, bolo simples tipo pão de ló 
- Fibras (farelo ou fibra de trigo, aveia, grãos integrais, vegetais crus, frutas com casca ou bagaço) 



Fonte: Dra Shirley de Campos

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