Mais difícil do que perder peso, é manter o peso ideal. Pesquisas indicam que apenas uma em cada seis pessoas com sobrepeso conseguem manter mesmo apenas 10% de sua perda de peso.
Eu sei o que você deve estar pensando: é porque as pessoas fecham a boca quando fazem dieta, mas depois que perdem peso, voltam a comer de tudo e engordam novamente. Porém, os cientistas informam que o “reganho” de peso nem sempre tem a ver com “relaxamento” da pessoa: a biologia também desempenha um papel importante.
Após a perda de peso, a taxa com que as pessoas queimam calorias diminui – deixando o metabolismo mais lento. O menor gasto energético aumenta a dificuldade em manter o peso. Outra prova de que a biologia interfere na dieta é uma pesquisa da Universidade de Melbourne, na Austrália, que descobriu que mesmo depois de um ano em dieta, nossos hormônios ainda ficam fora de controle – nos dando uma sensação de fome. Essa é uma batalha que temos que lutar todos os dias para não comer exageradamente.
Por conta disso, um novo estudo afirma que a escolha de uma dieta adequada – que combine com a biologia de seu organismo – é fundamental para impedir que os quilos perdidos voltem para seu corpo.
Que dieta devo fazer?
Enquanto cada pessoa precisa testar o que funciona melhor para si – e a ajuda de um especialista nisso é importante –, algumas descobertas mostram do que devemos ficar longe.
Por exemplo, o estudo do Hospital Infantil de Boston (EUA) revelou que as populares dietas de baixa gordura não são boas em termos de manter o peso mais tarde, além de não fazerem bem para a saúde. Dietas com baixo açúcar ou baixo carboidrato, que reduzem o aumento do açúcar no sangue após uma refeição, são preferíveis.
Indo além, a dieta de baixo açúcar (baixo índice glicêmico) é ainda melhor porque tem benefícios parecidos com a de baixo carboidrato, sem os efeitos negativos da mesma (estresse e inflamação).
As dietas
Dieta de baixo índice glicêmico (variedade de frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas e gorduras saudáveis): ajuda a estabilizar o nível de açúcar no sangue e o metabolismo; afasta a fome; promove bem-estar e performance física e mental.
Dieta de baixa gordura (reduz todo tipo de gordura, e foca em grãos, frutas e vegetais): desacelera (torna lento) o metabolismo; impacta negativamente a resistência à insulina e lipídios; pode aumentar a fome; é difícil de ser seguida, pois restringe muito uma classe de nutrientes.
Dieta de baixo carboidrato (diminui os carboidratos, incluindo frutas e grãos): estabiliza o metabolismo; impacta negativamente no estresse e inflamação; pode diminuir a fome; pode ser difícil de ser seguida, pois restringe muito uma classe de nutrientes.
O estudo
21 participantes adultos, com idades de 18 a 40 anos, tinham que perder 10 a 15% do seu peso corporal, e em seguida passar pelas três dietas em ordem aleatória, cada uma por quatro semanas.
Esse modelo permitiu que os cientistas observassem como cada dieta afetava os participantes, independentemente da ordem em que foram consumidas. As dietas usadas foram:
Dieta baixa em gordura, que reduz a gordura dietética e enfatiza grãos integrais e uma variedade de frutas e vegetais, composta por 60% de carboidratos, 20% de gordura e 20% de proteína;
Dieta de baixo índice glicêmico, composta de grãos de minimamente processados, vegetais, gorduras saudáveis, legumes e frutas, com 40% de carboidratos, 40% de gordura e 20% de proteína (carboidratos com baixo índice glicêmico são digeridos lentamente, ajudando a manter o açúcar no sangue, assim como os hormônios, estáveis após a refeição);
Dieta baixa em carboidratos, modelada após a dieta de Atkins, composta por 10% de carboidratos, 60% de gordura e 30% de proteína.
Os pesquisadores mediram o gasto total de energia dos participantes enquanto eles seguiam cada dieta. A dieta muito pobre em carboidratos produziu as maiores melhorias no metabolismo, mas com uma ressalva importante: aumentou os níveis de cortisol dos participantes, o que pode levar à resistência à insulina e doença cardiovascular, além de elevar os níveis de proteína C reativa, que também podem aumentar o risco de doença cardiovascular.
Já a dieta baixa em gorduras causou a maior redução no gasto de energia, um padrão lipídico insalubre e resistência à insulina.
Conclusão
Segundo os pesquisadores, ao contrário de dietas de baixo carboidrato e gordura, a dieta com baixo índice glicêmico não elimina classes inteiras de alimentos, o que a torna mais fácil de ser seguida e mais sustentável. Além disso, ela é a melhor para a saúde.
Sendo assim, se você quer perder peso visando a mantê-los no futuro, essa é uma boa aposta.
Outro estudo também sugere que você mude de estratégia depois de perder peso – manter o peso é outra história, e além de hábitos saudáveis, a cabeça pode ajudar de duas formas: sempre nos lembrando o motivo pelo qual devemos controlar nosso peso, e nos dando pequenas gratificações depois de atingirmos metas de dietas e exercícios.
Fonte: Daily Mail
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