Com um número cada vez maior de idosos na nossa população, devemos ficar atentos ao fato de que eles são os mais susceptíveis à alterações no estado nutricional. Alguns fatores são: alterações fisiologicas próprias do envelhecimento, doenças crônicas e as condições socioeconômicas e familiares.
Nas mulheres, a menopausa também influi no estado nutricional, com aumento de peso e de tecido adiposo. No decorrer da sua vida, a mulher perde 40% do cálcio dos ossos, aproximadamente metade nos primeiros cinco anos após a menopausa e a manutenção é baixa ao longo da vida.
O hábito alimentar do idoso não é determinado somente por preferências ou mudanças fisiológicas, mas também por questões de integração social como solidão, isolamento social, acesso a transporte, condição financeira e supressão de refeições. Esses fatores predispõem o idoso à falta de preocupação consigo, fazendo com que se alimente de maneira inadequada em termos de quantidade e qualidade.
Muitas vezes, a inapetência e fruto da depressão. O nutricionista pode contribuir ao dar orientação sobre preparação de alimentos que tragam lembranças boas, seleção de alimentos que causem prazer e para a realização de refeições em família ou com amigos.
Outro fator que altera o estado nutricional do idoso é a saúde oral, principalmente pelo aumento da prevalência de cáries dentárias, por infecções periodontais, pela utilização de próteses mal ajustadas e pela xerostomia (diminuição da saliva). A saliva tem papel relevante no processo digestivo, na prevenção de cáries, doenças periodontais e lubrificação de mucosa. As pessoas que usam prótese têm a mastigação menos eficiente do que aquelas com dentes naturais; nota-se redução da escolha de alimentos que exigem a mastigação como carnes, frutas, vegetais crus e aumento da escolha de alimentos fáceis de ingerir como os doces, o que resulta em perda da qualidade da alimentação e na formação de placa bacteriana, devido ao acúmulo de alimentos ao redor dos dentes.
Alguns estudos afirmam que o envelhecimento natural não causa xerostomia, e sim o uso de medicamentos e algumas doenças crônicas. Já a sensibilidade para sabores e odores diminui com a idade, o que também altera a ingestão alimentar. Isso ocorre devido a redução do número e das funções das papilas gustativas na língua que leva a perda do prazer de preparar e variar os alimentos consumidos.
A visão, quando prejudicada, também leva à diminuição do apetite, pela diminuição do reconhecimento dos alimentos e da habilidade de se alimentar. No idoso também ocorre atrofia de mucosa gastrica, que provoca hipocloridria, afetando a absorção de cálcio e ferro. Um esvaziameno gástrico mais lento também ocorre, e está relacionado com a saciedade precoce.
Outro fator recorrente é a constipação intestinal, e ela está intimamente relacionada com a baixa ingestão de líquidos, de fibras e sedentarismo. Ocorre redução da sensação de sede por uma disfunção cerebral e diminuição da sensibilidade de osmorreceptores.
Alguns dos medicamentos mais frequentemente utilizados e seus efeitos colaterais mais comuns em relação ao estado nutricional do idoso são os seguintes:
1. Tranquilizantes e Psicofármacos: podem diminuir a absorção intestinal
2. Diuréticos e Laxantes: podem causar desidratação de depleçãs de eletrólitos
3. Antibióticos: alteram a flora intestinal provocando má absorção de carboidratos, vit B12, cálcio, ferro e magnesio
4. Glicocorticóides: presdispõem a gastrite, osteoporose e hiperglicemia
5. Analgésicos e Antiinflamatórios: favorecem gastrite e úlceras.
Enfim, devemos estar sempre atentos aos fatores que podem levar nosso idoso à uma má nutrição e se você tem um idoso na família lembre-se que um nutricionista é o profissional mais indicado para cuidar da alimentação dessa grande parcela da população.
Fonte: A Nutricionista
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