Um mercado que dobrou de tamanho em cinco anos sem fazer barulho
O segmento de food service (toda área responsável por produção e distribuição de comida fora do lar) passou de um faturamento de R$ 96 bilhões em 2005 para R$ 185 bilhões em 2010 – crescimento médio de 15% ao ano, acima da média do varejo e do PIB brasileiro. O valor médio de cada transação foi de R$ 8,28. A estimativa é que, em 2011, tenha alcançado R$ 210 bilhões, segundo a ECD Consultoria. Do cafezinho a um sofisticado jantar, foram servidas 63 milhões de refeições por dia no ano passado. Em 2014, sem contar o movimento provocado pela Copa do Mundo, serão 70 milhões por dia e um faturamento de R$ 290 bilhões.
“Se isso ocorresse hoje, entraríamos num colapso gastronômico pois não estamos preparados”, observa Enzo Donna, diretor da ECD. “A indústria está totalmente alheia a esse mercado”.
Os shopping centers, que antes era apenas uma opção, se tornaram forte atrativo por conta de suas praças de alimentação. “A praça de alimentação é a verdadeira âncora dos shopping centers”, diz Donna.
De quase um milhão de estabelecimentos de food service no País:
- 23% da receita fica com restaurantes (de quilos a la carte)
- 15% com as padarias (que recebem 44 milhões de pessoas por dia no Brasil e dominaram o consumo do café da manhã, faturando R$ 2 bilhões ao ano apenas com isso)
- 13% com os fast foods
- 13% com bares
- 11% com lanchonetes
- 26% outros
Padrão americano
De todo o orçamento disponível para alimentação, hoje o brasileiro gasta em média 31% disso comendo fora de casa. Em 1988, esse índice era de 19,7%. Em 2014, atingirá 38,2%. As cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte atingirão 48% nos próximos dois anos, chegando ao padrão de consumo dos Estados Unidos. Em dez anos, metade dos gastos dos brasileiros com comida será com food service, segundo Donna.
Tendências para o segmento de alimentação
Mundialmente, os consumidores estão valorizando cada vez mais a gastronomia, o prazer em comer e a sensorialidade. Crescem com isso os restaurantes a la carte, as churrascarias e os bares; também aumenta a procura por comida saudável, como a japonesa, os fast foods variados, as iogurterias; a busca pela praticidade, beneficiando fast foods, padarias, lojas de conveniência; a confiabilidade e a qualidade do que se come; e a sustentabilidade e ética, que apesar de ainda não ser fator decisivo começa a ganhar importância.
No Brasil, há tendências particulares, como a demanda proveniente da classe C (fortalecendo padarias, fast foods e pizzarias, que vendem 550 milhões de redondas por ano no País); o aumento do consumo pelas mulheres, já que elas representam metade da força de trabalho; a procura por opções por casais sem filhos (cerca de 13 milhões de pessoas), pessoas que moram sozinhas (12 milhões) e idosos (11,6 milhões).
Fonte: Meu Nutricionista
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